Ainda enquanto o endométrio descama, o hormônio FSH (folículo estimulante) começa a ser secretado em maior quantidade pela hipófise (glândula situada no cérebro), fazendo com que se desenvolvam os folículos ovarianos (bolsas de líquido que contém os óvulos ou oócitos). Perto do 7º dia do ciclo, o FSH começa a diminuir e, com a falta desse hormônio, alguns folículos param de crescer e morrem. Por isso, em cada ciclo menstrual, de todos aqueles folículos recrutados (que começam a crescer), apenas um (raramente dois) se desenvolve até o fim e vai ovular.
03.O folículo começa a crescer mais ou menos a partir do sétimo dia do ciclo. Durante seu crescimento, secreta quantidades cada vez maiores de estradiol, que é um hormônio feminino. Este hormônio produz as seguintes alterações na mulher:
estimula o crescimento do endométrio: depois da menstruação, o endométrio é muito fino. Conforme a secreção de estradiol vai aumentando, começa a se tornar espesso e se preparar para a implantação do embrião.
estimula a secreção de muco pelo canal cervical: quanto mais estradiol é secretado, mais o muco tende a ficar receptivo ao espermatozóide.
Quando a quantidade de estradiol no sangue é máxima, o endométrio atinge também o máximo crescimento e o muco se torna ótimo para ser penetrado pelo espermatozóide. Nessa ocasião, é estimulada a secreção de um hormônio da hipófise: o hormônio luteinizante (LH). O LH aumenta muito depressa no sangue e atinge o máximo (pico de LH). Algumas horas após, ocorre a ovulação. Muito do LH secretado é retirado pelos rins e sai na urina. Por isso, a medida de LH na urina pode ser utilizada para detectar um período muito próximo da ovulação. Em média, a ovulação ocorre no décimo quarto dia do ciclo menstrual (mas pode ocorrer antes ou depois, sem que isso impeça a gravidez).
Estou ovulando?
- algumas formas de conhecer o intervalo de dias dentro do qual acontece a ovulação estão descritos abaixo. A precisão e simplicidade de cada um varia, não existindo uma forma de determinar a ovulação com precisão absoluta.
dor no baixo abdomen: dentre as muitas causas de dor, uma delas é a ovulação, especialmente se a dor acontecer mais ou menos 14 dias antes da próxima menstruação.
secreção de muco cervical: é a saída, pela vagina, de uma secreção que parece com clara de ovo. Isto acontece, aproximadamente, entre um dia antes até um dia depois da ovulação.
temperatura do corpo: perto da ovulação, a temperatura do corpo aumenta em até meio grau centígrado. É preciso, então, tirar a temperatura todos os dias (de preferência antes de levantar-se, pela manhã, colocando o termômetro sob a língua), para saber o dia do aumento. Este aumento pode acontecer, aproximadamente, de dois dias antes até dois dias depois da ovulação.
testes de hormônios: existem testes desenvolvidos para detectar, na urina, o aumento do hormônio LH, que precede de mais ou menos um dia a ovulação.
Após a ovulação, o folículo se transforma numa estrutura chamada corpo lúteo, e passa a fabricar, além do estradiol, o hormônio progesterona, que vai terminar o preparo do endométrio para a implantação do embrião. Mais ou menos entre o sexto e o oitavo dias após a ovulação, o nível de progesterona no sangue atinge o máximo, e a medida deste hormônio no sangue, se for baixa, é causa de infertilidade. Ainda não se conhece com toda a precisão o dia da implantação do embrião: parece acontecer de cinco a dez dias após a ovulação. Se não ocorre implantação, então a progesterona e o estradiol param de ser fabricados pelo corpo lúteo, seu nível diminue no sangue e se inicia outra menstruação.
O Mito da Menstruação
Mulher é bicho esquisito, todo mês sangra. Diz a música de Rita Lee.
Apesar disso, a menstruação ainda é cercada de dúvidas.
Seoutros seres se resolvessem estudar o organismo da mulher, esse bicho esquisito que todo santo mês sangra deliberadamente e não morre por causa disso. Mas, para nós terráqueos, isso é o que há de mais normal: odiada, irregular, ignorada, dolorosa – mas, cá entre nós, nunca adorada – a menstruação faz parte da vida de todos nós, homens e mulheres. Afinal, ela tem um papel fundamental na nossa existência e até na nossa convivência.
Apesar de ser um acontecimento corriqueiro, muitas mulheres não sabem ao certo o que acontece no organismo "naqueles dias" e, por isso, algumas vezes, sobra filosofia e falta informação.
Na realidade, a menstruação faz parte da preparação pela qual o organismo feminino passa para engravidar.
Para esperar que o óvulo seja fecundado, a mucosa que reveste o útero vai engrossando. Se não acontece a fecundação, a mucosa fica sem função e se desfaz, saindo do organismo numa mistura de sangue, óvulos e outras substâncias. Aí, acontece a menstruação.
Em geral, ela acontece pela primeira vez na vida de uma mulher entre os 9 e 16 anos, mais freqüentemente na faixa dos 10 aos 12. "Antigamente, a menstruação ocorria lá pelos 17, 18 anos. Era até comum mulheres de 20 anos que ainda não tinham menstruado. Não se sabe dizer exatamente porque ela se tornou mais precoce mas, muito provavelmente, isso se deve a fatores nutricionais. Essa foi a única mudança orgânica pela qual a menstruação passou. As transformações ficaram mais no campo comportamental. "Com o tempo, ela passou a ser vista de uma outra maneira. Os antigos, ao verem as mulheres sangrando sem morrer, acreditavam que aquele líquido da menstruação era sagrado. Depois, já nas civilizações modernas, as mulheres que menstruavam eram recolhidas, não saíam de casa, isso cercava a menstruação de muito mistério.
E até os anos 50, as funcionárias públicas brasileiras tinham direito a uma folga de três dias por mês para ficar de repouso".
Muito das mudanças na maneira de encarar a menstruação se deve ao advento dos absorventes íntimos, que tornaram aqueles fatídicos dias de goteira praticamente iguais aos outros para a mulher menstruada. "Não consigo imaginar como eram aquelas tais toalhinhas que se usavam antes de o modess aparecer.
"Era uma coisa terrível, vazava. E conforme as toalhinhas eram lavadas, elas iam ficando duras, arranhavam. Mesmo os primeiros absorventes eram horríveis, uns trambolhos enormes, desconfortáveis.
Com os avanços da tecnologia, nos dias de hoje, felizmente os problemas da menstruação se resumem ao tenebroso período que a antecede. "Durante o período menstrual, acontece um aumento muito grande da produção de hormônios. A progesterona aumenta e o estrógeno diminui. É essa alteração que mexe com o humor da mulher no caso da TPM, que bate uns cinco dias antes, fazem os seios doerem, aparecerem espinhas no rosto. No caso das cólicas, a responsável por elas é uma substância chamada prostaglandina, que contrai o útero para expulsar o sangue menstrual. Não é à toa que muitas mulheres se sentem como se estivessem sendo espremidas por dentro.
Como fugir da menstruação é fugir do próprio corpo, o melhor a fazer para se ver livre dos incômodos é se ater aos desesperadores sintomas que vêm com ela de brinde.
Isso pode ser feito durante as refeições e aconselha alimentos que devem ser consumidos para amenizar os desconfortos. "Durante toda o período menstrual, é bom evitar o sal em excesso, que aumenta o inchaço. Na primeira semana, para diminuir as cólicas, alimentos com alta concentração de zinco, como vegetais verde-escuros, e de cálcio, como o leite ou um chá de camomila devem ser consumidos. A soja também pode ajudar a diminuir os efeitos da TPM, já que ela tem substâncias com a mesma função do estrógeno", recomenda.
Um bom condicionamento físico tonifica os músculos e diminui as dores.
Entretanto, mesmo com tanto sofrimento, a menstruação é sinal de saúde. Por mais que a sua chegada não seja exatamente comemorada com fogos e bandinha de música, ela é absolutamente necessária para o funcionamento do organismo. Portanto, se há algo de errado com ela, não deixe de procurar um especialista. "Existe um número grande de mulheres que param de menstruar por alguma disfunção e não vão ao médico porque encaram a menstruação como um suplício. É preciso vê-la como uma manifestação saudável e procurar diminuir ao máximo os incômodos, o que é perfeitamente possível adotando um estilo de vida ativo".
Para conviver com a menstruação, só sendo muito mulher mesmo.
Ao contrário do que se pensava antigamente a cólica menstrual tem tratamentos muito eficazes
que melhoram muito a qualidade de vida da mulher nestes dias.
O principal sintoma é a dor no baixo ventre ou na barriga e em algumas mulheres a dor parece vir das costas para a frente.
É uma dor em cólica, ou seja, vai e volta. Costuma aparecer algumas horas antes ou junto com a menstruação. Geralmente toda a região do abdomem fica dolorida e pode ser acompanhada de sintomas gerais como:
1. Enjoos 2. Diarréia 3. Vômitos 4. Cansaço 5. Dor de cabeça 6. Nervosismo 7. Vertigem e até mesmo desmaios.
Como diminuir a dor:
* Beba uma xícara de chá comum, de camomila ou de menta, quente.
* Coloque uma bolsa de água quente ou bolsa térmica sobre o abdome ou sobre as costas.
* Tome um banho quente.
* Massageie delicadamente o seu abdome.
* Faça exercícios leves como: alongamento, yoga, caminhada ou andar de bicicleta. O exercício pode aumentar o fluxo de sangue e reduzir a dor pélvica.
* Repouse bastante e evite situações estressantes.
* Para controle da natalidade, considere a possibilidade de usar pílula, pois esta bloqueia a produção de prostaglandinas, ou o DIU com progesterona, que diminui a cólica menstrual.
* Pergunte ao seu médico sobre a indicação e necessidade de suplementação de vitamina B6.
Se após adotar as medidas acima, você continuar sentindo dor, procure o seu médico.
O sarcoma de Kaposi é um tipo de câncer no qual as células malignas formam no tecido que reveste os vasos linfáticos sob a pele ou nas membranas mucosas.
O sarcoma de Kaposi causa lesões (tecido anormal) que crescem sob a pele no revestimento da boca, nariz, garganta, e em outros órgãos. Essas lesões geralmente são roxas e feitas de células cancerosas, novos vasos sanguíneos, e células sangüíneas brancas. Diferente de outros tipos de câncer, no sarcoma de Kaposi as lesões podem começar em mais de uma local do corpo ao mesmo tempo.
Tipos de sarcoma de Kaposi
Há vários tipos de sarcoma de Kaposi, incluindo:
* Sarcoma de Kaposi clássico.
* Sarcoma de Kaposi africano.
* Sarcoma de Kaposi relacionado à imunossupressão induzida.
* Sarcoma de Kaposi epidêmico.
* Sarcoma de Kaposi não-epidêmico.
Sarcoma de Kaposi clássico
O sarcoma de Kaposi clássico é uma doença rara que pode incluir lesões de crescimento lento nas pernas e pés. Com o tempo, as lesões podem se formar em outras partes do corpo e geralmente não causam qualquer sintoma. As lesões podem crescer em tamanho e quantidade no período de 10 anos ou mais. Esse tipo de sarcoma de Kaposi afeta principalmente idosos de origem européia ou judaica.
Sarcoma de Kaposi africano
Esse tipo de sarcoma é comum em homens adultos jovens nas regiões da África equatorial. Os sintomas podem ser os mesmos do sarcoma de Kaposi clássico, mas existe uma forma mais agressiva que causa feridas na pele e se espalha até os tecidos dos ossos. Esse tipo de Sarcoma de Kaposi é raro fora da África.
Sarcoma de Kaposi relacionado à imunossupressão induzida
Esse tipo de sarcoma de Kaposi ocorre em pacientes que tiveram transfusão de órgão. Esses pacientes recebem medicação para impedir que o sistema imunológico ataque o novo órgão, e isso pode levar ao desenvolvimento desse tipo de sarcoma de Kaposi. O sarcoma de Kaposi relacionado à imunossupressão induzida geralmente afeta somente a pele, mas pode ocorrer nas membranas mucosas e outros órgãos.
Sarcoma de Kaposi epidêmico
O sarcoma de Kaposi epidêmico ocorre em pacientes com o sistema imunológico enfraquecido por causa da AIDS.
Sarcoma de Kaposi não epidêmico
Esse tipo de sarcoma de Kaposi progride lentamente em pessoas sem sinais de infecção por HIV. As lesões são mais comuns nos braços, pernas e genitais, mas podem se desenvolver em qualquer lugar na pele. Esse tipo de sarcoma de Kaposi é raro.
Diagnóstico do sarcoma de Kaposi
Testes que examinam a pele, pulmões e trato gastrointestinal são usados para detectar e fazer o diagnóstico do sarcoma de Kaposi. Os testes a seguir podem ser usados:
* Exame físico em conjunto com histórico médico.
* Biópsia.
* Raio-x do peito para diagnóstico de sarcoma de Kaposi nos pulmões.
* Endoscopia para procurar por lesões do sarcoma de Kaposi no trato gastrointestinal.
* Broncoscopia para examinar a traquéia e passagens aéreas nos pulmões.
Como o sarcoma de Kaposi se espalha
As três formas pelas quais o câncer se espalha no corpo são:
* Através do tecido. O câncer invade os tecido normal ao redor.
* Através do sistema linfático.
* Através do sangue.
Quando o câncer se espalha a partir do tumor original para outros lugares do corpo, isso é chamado metástase. O tumor secundário é do mesmo tipo de câncer do tumor original. Por exemplo, se câncer de mama se espalhar para os ossos, as células cancerosas nos ossos são de câncer de mama.
Prognóstico e opções de tratamento para sarcoma de Kaposi
Certos fatores afetam o prognóstico (chance de recuperação) e opções de tratamento, como:
* Tipo do sarcoma de Kaposi.
* Saúde geral do pacientes, especialmente do sistema imunológico.
* Se o câncer se espalhou.
* Se o câncer é recorrente (foi tratado e retornou).
Tipos de tratamentos para sarcoma de Kaposi
O tratamento para sarcoma de Kaposi epidêmico (associado à AIDS) combina tratamentos para o sarcoma com os para a AIDS. Terapia antiviral usada para diminuir a progressão da AIDS pode ser combinada com medicamentos contra o câncer e remédios para prevenir e tratar infecções.
Há quatro tipos de tratamentos padrão para sarcoma de Kaposi: radioterapia, cirurgia, quimioterapia e terapia biológica que usa o sistema imunológico do paciente para lutar contra o câncer.
O vírus da hepatite C é transmitido quando o sangue contaminado por ele penetra na corrente sangüínea através de transfusões, acupuntura, agulhas ou seringas compartilhadas, tatuagens, piercings, instrumentos de manicure, ferimentos, entre outros.
Como acontece com o VHB, numa parcela significativa de pacientes o meio de transmissão não é identificado.
Cerca de 80% das infecções pelo VHC evoluem para casos crônicos. Atualmente, a cirrose e o câncer de fígado relacionados à hepatite crônica C são a maior causa de transplantes nos Estados Unidos.
O VHC apresenta vários subtipos, os genótipos, que são importantes porque apresentam diferentes respostas ao tratamento. O genótipo 1, por exemplo, apresenta resposta mais difícil do que os demais (não-1).
Segundo as estimativas da OMS, existem 170 milhões de pessoas contaminadas no mundo. No Brasil, esse número é de aproximadamente 3,2 milhões (1,88%).
As principais vias de transmissão do VHC:
1) Transfusão de sangue e derivados do sangue;
2) transplante de órgãos ou tecidos;
3) através de agulhas, seringas ou ferimentos;
4) da mãe para o bebê (pouco freqüente);
5) contato sexual sem preservativo (pouco freqüente);
6) Profissionais de saúde, agentes penitenciários e os usuários de drogas injetáveis são os maiores grupos de risco para a infecção pelo VHC através de transmissão por sangue contaminado.
Também pode ocorrer contaminação através do compartilhamento de materiais como escovas de dente, barbeadores lâminas e utensílios de manicure contaminados. Tatuagens e piercings feitos com agulhas contaminadas também transmitem o vírus.
Aproximadamente um terço dos pacientes contaminados pelo VHC não sabem o modo como contraíram a doença.
Prevenção:
Não existe vacina contra a hepatite C.
Poucos pacientes desenvolvem anticorpos contra as proteínas virais do VHC; assim, a vacinação não tem se mostrado eficaz.
Na ausência de vacinas, a principal forma de prevenção contra o VHC é testar todo sangue coletado nos bancos de sangue, para assegurar que tanto ele como os seus derivados estejam livres do VHC. Também devem ser realizados exames em outros objetos de doação, como órgãos ou sêmen.
Além disso, são necessários os cuidados com materiais que possam conter sangue contaminado, como alicates de unha, lâminas, barbeadores, escovas de dente, agulhas de seringas compartilhadas, entre outros.
Uma das principais forma de prevenir a transmissão da hepatite C é examinar todo o sangue coletado nos bancos de sangue.
Sintomas:
Na fase aguda da infecção os sintomas são leves ou ausentes, por isso ela raramente é diagnosticada nesse período.
Os sintomas da infecção crônica também são leves, pelo menos no início. Dessa maneira, é comum o portador conviver vários anos com a doença sem saber que a possui. Na maioria das vezes, acaba por descobrir acidentalmente durante exames de sangue de rotina ou nos exames de triagem para doação de sangue.
Nos casos em que o paciente apresenta sintomas, esses podem ser síndrome gripal, fadiga, falta de apetite, náuseas, vômito, febre e dores abdominais leves.
Infecções concomitantes:
Estar contaminado com um tipo de hepatite não significa que você está isento de contrair outras formas de infecções. Pacientes com hepatite C que também contraem hepatite A corem um sério risco de ter hepatite fulminante - uma forma de evolução muito rápida e mortal da doença. Por isso, é importante que portadores da hepatite C sejam vacinados contra hepatite A e B.
Existem também vários casos de pacientes contaminados com os vírus da hepatite C (VHC) e HIV. Nesta situação a hepatite tente a apresentar uma maior velocidade de progressão, podendo ocorrer cirrose mais precocemente. Este problema é preocupante já que os pacientes com AIDS têm apresentado excelentes resultados com o tratamento do HIV e, desta maneira, a hepatite passa a ser uma nova limitação a sua saúde. Vários estudos que investigam opções de tratamento para estes pacientes estão em andamento.
Como a hepatite C é diagnosticada?
São feitos exames de sangue específicos, como:
Enzimas do fígado: Quando o fígado é atacado pelo vírus e as células começam a ser destruídas, as enzimas presentes dentro dessas células se elevam na corrente sangüínea. Os médicos fazem um teste sangüíneo que mede o nível da enzima ALT (alanina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase). O próximo passo é determinar se é um vírus de hepatite que está causando o aumento do nível de enzimas hepáticas.
Anticorpos: os médicos usam testes tipo ELISA e RIBA para detectar a presença de anticorpos que seu organismo produz contra o vírus da hepatite C. Um teste de anticorpo VHC (anti-VHC ou anti-HCV) positivo indica exposição ao vírus, mas não diz se a infecção está presente ou se já foi curada.
Presença do RNA do vírus: Os médicos utilizam o teste PCR (reação de polimerase em cadeia) para procurar o RNA do VHC. O RNA é um conjunto de proteínas que carrega as informações sobre o vírus. Esse teste pode indicar se o vírus está presente no organismo. Há também um teste que verifica a carga viral, porém não é muito utilizado devido a ausência de padronização do método (uniformização do método).
Biópsia: A biópsia é a retirada de um fragmento do tecido, nesse caso, o fígado, para examinar a natureza das alterações nele existentes. As biópsias freqüentemente são solicitadas para distinguir hepatite viral de hepatite causada por outros fatores, como o alcoolismo, por exemplo.
Além disso, indica também o grau do dano hepático (se existe fibrose ou cirrose e qual é o estágio). É importante para decidir-se sobre a necessidade ou não de tratamento.
A hepatite C é uma doença de notificação compulsória, ou seja, o médico que a diagnosticou deve, obrigatoriamente, informar a secretaria de saúde do seu estado.
Como é a evolução da hepatite C?
A hepatite C é uma doença que evolui lentamente e tem várias conseqüências possíveis:
1. Pacientes que não apresentam sintomas (assintomáticos) - Cerca de 70% a 90% dos portadores crônicos de hepatite C, não apresentam sintomas. Se ocorrem, são muito leves e por isso a infecção pode levar muitos anos para ser diagnosticada.
2. Infecção aguda - O período de incubação varia de 2 semanas a 6 meses e os pacientes, na maior parte das vezes, não apresentam sintomas clínicos.
3. Infecção crônica - Em adultos, a progressão da doença para a forma crônica é muito maior na hepatite C (cerca de 80%) do que na hepatite B (10%). Como já vimos, nesse caso, a doença pode danificar muito o fígado e progredir para cirrose ou até câncer.
Existem alguns fatores que podem indicar a evolução para a hepatite crônica C:
·Duração prolongada da infecção;
·idade avançada na época da infecção;
·alto consumo de álcool;
·infecção pelo genótipo 1b do VHC;
·infecção conjunta com a hepatite B ou o vírus da Aids.
·
Tratamento:
O tratamento visa prevenir as complicações provocadas pela hepatite C (hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado). O tratamento ideal deveria eliminar completamente o VHC do organismo do paciente, porém, não é possível atingir esse objetivo em todos os casos, com os medicamentos disponíveis atualmente.
O único tratamento com eficácia comprovada contra a hepatite crônica C é o interferon alfa.
Nenhuma outra droga comprovou ser eficaz nessa doença, embora muitas ainda estejam em estudo clínico. A combinação com uma droga denominada ribavirina tem demonstrado duplicar a taxa de resposta sustentada ao tratamento com interferon. Agentes antivirais, como o aciclovir, não demonstraram eficácia em pacientes com hepatite C.
O uso de agentes imunossupressores, como por exemplo, os corticosteróides - drogas que imitam os efeitos dos hormônios da glândula supra-renal, suprimindo a inflamação e a atividade dos leucócitos - está associado a uma progressão mais rápida para a cirrose, não sendo, portanto, indicados.
Hepatite Aguda C: Alguns estudos foram conduzidos durante a fase aguda da infecção pelo VHC e os resultados demonstraram que a terapia com IFN- produz redução significativa no número de pacientes que desenvolvem a infecção crônica.
É pouco provável, contudo, que a droga seja administrada na fase aguda, devido à relativa ausência de sintomas da hepatite aguda C, o que torna o diagnóstico muito difícil.
Hepatite Crônica C: IFN-, combinado com a ribavirina, é o tratamento padrão para pacientes com hepatite crônica C, durante 12 meses para o genótipo 1 e 6 meses para os genótipos não-1. Essa é a terapia utilizada atualmente no Brasil.
Não há critérios universalmente aceitos para avaliar a resposta definitiva à terapia. A eficácia, assim, deve ser medida em termos de "cura", ou seja, eliminação completa do vírus e prevenção das lesões ao fígado.
Entre 50% a 85% dos pacientes respondem inicialmente à terapia, obtendo níveis normais de enzimas do fígado no final do tratamento (resposta primária ou resposta completa ao final do tratamento). Aproximadamente 30% dos pacientes que utilizam a terapia combinada (IFN + ribavirina) obtêm resposta favorável por longos períodos (resposta sustentada).
O tratamento para hepatite crônica C no Brasil é a combinação interferon alfa + ribavirina por 1 ano para os genótipos 1 e 6 meses para os genótipos não-1.
A terapia combinada de interferon e ribavirina não deve ser utilizada por mulheres grávidas, pois oferece o risco significativo de má formação do feto.
Mulheres não devem começar o tratamento até que se certifiquem de que não estejam grávidas, através de um exame adequado. Homens e mulheres em idade fértil, devem fazer uso de métodos contraceptivos eficazes durante o tratamento e por mais seis meses após o término.
Convivência com o problema:
É muito importante aprender a estar informado sobre a hepatite C. Mantenha acompanhamento médico, decidindo junto com o especialista o melhor caminho para tratar a hepatite.
O tratamento para hepatite C pode causar vários efeitos colaterais. Se você está em tratamento, tenha em mente que todos esses efeitos são passageiros e procure seguir as orientações do médico, aplicando corretamente as doses do medicamento e nos espaços de tempo prescritos.
Alguns conselhos básicos podem ajudar a reduzir os problemas relacionados ao uso da medicação:
1- Para aliviar febres e dores de cabeça, você pode utilizar o analgésico paracetamol, sempre com a aprovação prévia de seu médico;
2- aplicando as injeções de interferon à noite, antes de deitar-se, os picos de concentração do medicamento (e conseqüentemente, os picos dos efeitos colaterais) são atingidos durante o sono;
3- procure evitar situações estressantes e não se desgaste fisicamente;
4- sempre que possível pratique exercícios leves, como caminhadas;
5- tenha uma dieta equilibrada.
Geralmente os efeitos colaterais vão diminuindo após as primeiras semanas de tratamento e a maior parte dos pacientes consegue viver normalmente durante a terapia.
Quando houver qualquer dúvida, converse francamente com seu médico. Se necessário, converse também com seus familiares, amigos e até mesmo seu empregador sobre a redução de suas tarefas.
Procure encontrar nos médicos, enfermeiros e associações de pacientes, o suporte necessário. Os grupos de portadores de hepatite, organizam reuniões e os freqüentadores sentem-se mais encorajados a fazer o tratamento, além de aprenderem muito sobre como encarar o novo desafio com valiosas dicas de qualidade de vida.
Já existem no Brasil vários Grupos de Apoio a portadores da hepatite C e, dentre eles, podemos relacionar os seguintes e-mails:
Sugerimos, ainda, adquirir o livro "Convivendo com a hepatite C" que poderá ser comprado diretamente do autor Carlos Varaldo, através do e-mail cvaraldo@yahoo.com. É uma obra indispensável aos portadores e aos familiares.
Mais informações e referências bibliográficas:
1. FOCACCIA, Roberto. Hepatites virais. 1.ed. São Paulo. Atheneu, 1997.
2. Protocolo técnico para tratamento da hepatite C - Ministério da Saúde, junho de 2000.
3. SCHINAZI, Raymond F. et al. Therapies for viral hepatitis. 1.ed. London. International Medic Press, 1998.
- Hepatite A (VHA) -
Prevenção:
Existe vacina para prevenir a infecção pelo VHA. Para os portadores crônicos de hepatite B e de hepatite C, a vacinação contra hepatite A é gratuita. Informe-se nas secretarias de saúde de seu estado sobre onde vacinar-se.
Além disso, medidas de saneamento básico constituem outra forma importante de prevenção, já que a doença é transmitida por via fecal-oral, através de alimentos e água contaminados com o vírus.
Como a hepatite A é diagnosticada?
São feitos exames de sangue específicos, como:
Enzimas do fígado: Quando o fígado é atacado pelo vírus e as células começam a ser destruídas, as enzimas presentes dentro dessas células se elevam na corrente sangüínea. Os médicos fazem um teste sangüíneo que mede o nível da enzima ALT (alanina aminotransferase) e AST (aspartato aminotransferase). O próximo passo é determinar se é um vírus de hepatite que está causando o aumento do nível de enzimas hepáticas.
Anticorpos: Os anticorpos são produzidos pelo sistema imunológico para responder ao ataque de invasores ao organismo. Os médicos fazem um teste anti-HAV para detectar se há presença do anticorpo produzido contra o vírus, o que indicará contato do paciente com ele.
Tratamento da hepatite A:
Como a maioria das infecções causadas pelo VHA, são agudas, o tratamento médico não é necessário para eliminar o vírus. Entretanto, os médicos podem prescrever medicamentos para tratar os sintomas causados pela doença, como dor de cabeça e náuseas, ou dar soro para prevenir a desidratação.
Normalmente os pacientes podem se recuperar em casa. Evitar o álcool é uma recomendação comum, porque como é uma substância tóxica, o álcool debilita ainda mais o fígado.
- Hepatite B (VHB) –
Visão geral:
O vírus da hepatite B (VHB), que causa uma séria forma de hepatite, é transmitido quando o sangue ou fluidos orgânicos contaminados por ele penetram na corrente sangüínea, através de injeções ou ferimentos.
O VHB pode ser encontrado no sangue, na saliva, no sêmen, na secreção vaginal, no fluxo menstrual e no leite materno. Todas essas secreções podem eventualmente transmitir o vírus, que é bastante resistente ao meio ambiente.
Em um número significativo de pacientes, o meio de transmissão não é identificado.
De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 2 bilhões de pessoas foram contaminadas pelo VHB. Dessas pessoas, 300 milhões evoluíram para doença crônica (2002).
As principais vias de transmissão do VHB:
1) Da mãe para o bebê;
2) contato sexual sem preservativo;
3) através de agulhas, seringas, transfusões ou ferimentos;
4) transplante de órgãos ou tecidos;
5) profissionais de saúde, agente penitenciários e os usuários de drogas injetáveis são os maiores grupos de risco para a infecção pelo VHB através da transmissão por sangue contaminado.
Além disso, é muito comum a transmissão do VHB aos membros de uma mesma família através do uso compartilhado de escovas de dente, barbeadores e lâminas contaminadas. Tatuagens e piercings feitos com agulhas contaminadas também transmitem o vírus.
O programa Nacional de Imunizações está implementando gradativamente a vacinação em todo o país para a faixa etária menor de 20 anos e além disso, é importante usar o preservativo durante o contato sexual, já que o vírus é facilmente transmitido dessa maneira.
Prevenção:
A maior parte das opções terapêuticas para prevenir ou tratar a infecção pelo VHB envolve o uso de medicamentos que irão estimular o sistema de defesa do indivíduo, obtendo, assim, respostas imunológicas naturais. Pacientes com cirrose também podem ser submetidos a tratamento. Nesses casos é importante realizar exames para detecção do câncer de fígado (CHC ou carcinoma hepatocelular).
Os pacientes com infecção aguda pelo VHB normalmente se recuperam espontaneamente e não necessitam de terapia antiviral. Contudo, os pacientes que desenvolvem a hepatite crônica B devem receber tratamento para limitar as complicações relacionadas à infecção em longo prazo.
A vacinação é, hoje, o método mais adequado para impedir a disseminação do vírus da hepatite B. O atual calendário de vacinação impõe a imunização de recém-nascidos, o que não significa que adultos não devam ser vacinados.
As vacinas mais comumente utilizadas estão baseadas no antígeno HBs. Oferecem proteção contra o VHB em aproximadamente 95% dos indivíduos imunocompetentes vacinados. Normalmente são administradas três doses. Após a primeira dose, o intervalo para a segunda e a terceira é de 1 e 6 meses, respectivamente.
Tratamento:
Pacientes com infecção aguda normalmente curam-se espontaneamente e não precisam de terapia contra o vírus. Os pacientes com hepatite crônica devem ser tratados para limitar as complicações associadas com a infecção em longo prazo.
Objetivos do tratamento
- inibir a multiplicação do VHB;
- reduzir a infectividade do vírus;
- ajudar a reduzir a necrose e a inflamação do fígado;
- prevenir o desenvolvimento da cirrose e do câncer no fígado.
Não há um tratamento padrão para a hepatite B, porém vários agentes estão sendo usados na prática clínica:
Interferon alfa (IFN-) - é muito usado no tratamento da infecção crônica pelo VHB, pois estimula o sistema de defesa natural do indivíduo a combater a infecção.
Em média, 30% a 40% dos pacientes respondem à terapia com IFN-.
Durante o tratamento, a resposta é avaliada, dentre outras maneiras, pela soroconversão, que é o desaparecimento do antígeno HBe e surgimento de anticorpos anti-HBe. Geralmente isso ocorre 2 a 4 meses após o início do tratamento, quando os níveis de RNA do VHB diminuem rapidamente (diminuição da carga viral). No entanto, a inflamação do fígado ainda pode ser detectada vários meses após a soroconversão.
Agentes antivirais - inibem a multiplicação do vírus. Os agentes antivirais (vidarabina, aciclovir, ribavirina, lamivudina, foscarnet) inibem a multiplicação viral por interromper a síntese do DNA do VHB.
Os agentes antivirais inibem a multiplicação do vírus. A enzima DNA-polimerase é responsável pela "montagem" de novas tiras do DNA na célula infectada. Os antivirais agem nesse processo, reduzindo a taxa de produção de novos filamentos de DNA viral, ou seja, de novos vírus.
A lamivudina é um agente que vem ganhando espaço no tratamento da hepatite crônica B. Em doses orais superiores a 100 mg/dia ela suprime o VHB, porém, se o tratamento for interrompido, o vírus volta a se multiplicar. O tempo de uso da medicação ainda não foi definitivamente estabelecido.