sexta-feira, 30 de julho de 2010

MENSTRUAÇÃO

Ciclo Menstrual

01. MESNSTRUAÇÃO











02. DESCAMAÇÃO

Ainda enquanto o endométrio descama, o hormônio FSH (folículo estimulante) começa a ser secretado em maior quantidade pela hipófise (glândula situada no cérebro), fazendo com que se desenvolvam os folículos ovarianos (bolsas de líquido que contém os óvulos ou oócitos). Perto do 7º dia do ciclo, o FSH começa a diminuir e, com a falta desse hormônio, alguns folículos param de crescer e morrem. Por isso, em cada ciclo menstrual, de todos aqueles folículos recrutados (que começam a crescer), apenas um (raramente dois) se desenvolve até o fim e vai ovular.

03. O folículo começa a crescer mais ou menos a partir do sétimo dia do ciclo. Durante seu crescimento, secreta quantidades cada vez maiores de estradiol, que é um hormônio feminino. Este hormônio produz as seguintes alterações na mulher:

  • estimula o crescimento do endométrio: depois da menstruação, o endométrio é muito fino. Conforme a secreção de estradiol vai aumentando, começa a se tornar espesso e se preparar para a implantação do embrião.


  • estimula a secreção de muco pelo canal cervical: quanto mais estradiol é secretado, mais o muco tende a ficar receptivo ao espermatozóide.

Quando a quantidade de estradiol no sangue é máxima, o endométrio atinge também o máximo crescimento e o muco se torna ótimo para ser penetrado pelo espermatozóide. Nessa ocasião, é estimulada a secreção de um hormônio da hipófise: o hormônio luteinizante (LH). O LH aumenta muito depressa no sangue e atinge o máximo (pico de LH). Algumas horas após, ocorre a ovulação. Muito do LH secretado é retirado pelos rins e sai na urina. Por isso, a medida de LH na urina pode ser utilizada para detectar um período muito próximo da ovulação. Em média, a ovulação ocorre no décimo quarto dia do ciclo menstrual (mas pode ocorrer antes ou depois, sem que isso impeça a gravidez).


Estou ovulando?

- algumas formas de conhecer o intervalo de dias dentro do qual acontece a ovulação estão descritos abaixo. A precisão e simplicidade de cada um varia, não existindo uma forma de determinar a ovulação com precisão absoluta.



  • dor no baixo abdomen: dentre as muitas causas de dor, uma delas é a ovulação, especialmente se a dor acontecer mais ou menos 14 dias antes da próxima menstruação.

  • secreção de muco cervical: é a saída, pela vagina, de uma secreção que parece com clara de ovo. Isto acontece, aproximadamente, entre um dia antes até um dia depois da ovulação.

  • temperatura do corpo: perto da ovulação, a temperatura do corpo aumenta em até meio grau centígrado. É preciso, então, tirar a temperatura todos os dias (de preferência antes de levantar-se, pela manhã, colocando o termômetro sob a língua), para saber o dia do aumento. Este aumento pode acontecer, aproximadamente, de dois dias antes até dois dias depois da ovulação.

  • testes de hormônios: existem testes desenvolvidos para detectar, na urina, o aumento do hormônio LH, que precede de mais ou menos um dia a ovulação.


Após a ovulação, o folículo se transforma numa estrutura chamada corpo lúteo, e passa a fabricar, além do estradiol, o hormônio progesterona, que vai terminar o preparo do endométrio para a implantação do embrião. Mais ou menos entre o sexto e o oitavo dias após a ovulação, o nível de progesterona no sangue atinge o máximo, e a medida deste hormônio no sangue, se for baixa, é causa de infertilidade. Ainda não se conhece com toda a precisão o dia da implantação do embrião: parece acontecer de cinco a dez dias após a ovulação. Se não ocorre implantação, então a progesterona e o estradiol param de ser fabricados pelo corpo lúteo, seu nível diminue no sangue e se inicia outra menstruação.




O Mito da Menstruação


Mulher é bicho esquisito, todo mês sangra. Diz a música de Rita Lee.


Apesar disso, a menstruação ainda é cercada de dúvidas.


Se outros seres se resolvessem estudar o organismo da mulher, esse bicho esquisito que todo santo mês sangra deliberadamente e não morre por causa disso. Mas, para nós terráqueos, isso é o que há de mais normal: odiada, irregular, ignorada, dolorosa – mas, cá entre nós, nunca adorada – a menstruação faz parte da vida de todos nós, homens e mulheres. Afinal, ela tem um papel fundamental na nossa existência e até na nossa convivência.


Apesar de ser um acontecimento corriqueiro, muitas mulheres não sabem ao certo o que acontece no organismo "naqueles dias" e, por isso, algumas vezes, sobra filosofia e falta informação.

Na realidade, a menstruação faz parte da preparação pela qual o organismo feminino passa para engravidar.


Para esperar que o óvulo seja fecundado, a mucosa que reveste o útero vai engrossando. Se não acontece a fecundação, a mucosa fica sem função e se desfaz, saindo do organismo numa mistura de sangue, óvulos e outras substâncias. Aí, acontece a menstruação.


Em geral, ela acontece pela primeira vez na vida de uma mulher entre os 9 e 16 anos, mais freqüentemente na faixa dos 10 aos 12. "Antigamente, a menstruação ocorria lá pelos 17, 18 anos. Era até comum mulheres de 20 anos que ainda não tinham menstruado. Não se sabe dizer exatamente porque ela se tornou mais precoce mas, muito provavelmente, isso se deve a fatores nutricionais. Essa foi a única mudança orgânica pela qual a menstruação passou. As transformações ficaram mais no campo comportamental. "Com o tempo, ela passou a ser vista de uma outra maneira. Os antigos, ao verem as mulheres sangrando sem morrer, acreditavam que aquele líquido da menstruação era sagrado. Depois, já nas civilizações modernas, as mulheres que menstruavam eram recolhidas, não saíam de casa, isso cercava a menstruação de muito mistério.


E até os anos 50, as funcionárias públicas brasileiras tinham direito a uma folga de três dias por mês para ficar de repouso".


Muito das mudanças na maneira de encarar a menstruação se deve ao advento dos absorventes íntimos, que tornaram aqueles fatídicos dias de goteira praticamente iguais aos outros para a mulher menstruada. "Não consigo imaginar como eram aquelas tais toalhinhas que se usavam antes de o modess aparecer.


"Era uma coisa terrível, vazava. E conforme as toalhinhas eram lavadas, elas iam ficando duras, arranhavam. Mesmo os primeiros absorventes eram horríveis, uns trambolhos enormes, desconfortáveis.


Com os avanços da tecnologia, nos dias de hoje, felizmente os problemas da menstruação se resumem ao tenebroso período que a antecede. "Durante o período menstrual, acontece um aumento muito grande da produção de hormônios. A progesterona aumenta e o estrógeno diminui. É essa alteração que mexe com o humor da mulher no caso da TPM, que bate uns cinco dias antes, fazem os seios doerem, aparecerem espinhas no rosto. No caso das cólicas, a responsável por elas é uma substância chamada prostaglandina, que contrai o útero para expulsar o sangue menstrual. Não é à toa que muitas mulheres se sentem como se estivessem sendo espremidas por dentro.


Como fugir da menstruação é fugir do próprio corpo, o melhor a fazer para se ver livre dos incômodos é se ater aos desesperadores sintomas que vêm com ela de brinde.

Isso pode ser feito durante as refeições e aconselha alimentos que devem ser consumidos para amenizar os desconfortos. "Durante toda o período menstrual, é bom evitar o sal em excesso, que aumenta o inchaço. Na primeira semana, para diminuir as cólicas, alimentos com alta concentração de zinco, como vegetais verde-escuros, e de cálcio, como o leite ou um chá de camomila devem ser consumidos. A soja também pode ajudar a diminuir os efeitos da TPM, já que ela tem substâncias com a mesma função do estrógeno", recomenda.

Um bom condicionamento físico tonifica os músculos e diminui as dores.

Entretanto, mesmo com tanto sofrimento, a menstruação é sinal de saúde. Por mais que a sua chegada não seja exatamente comemorada com fogos e bandinha de música, ela é absolutamente necessária para o funcionamento do organismo. Portanto, se há algo de errado com ela, não deixe de procurar um especialista. "Existe um número grande de mulheres que param de menstruar por alguma disfunção e não vão ao médico porque encaram a menstruação como um suplício. É preciso vê-la como uma manifestação saudável e procurar diminuir ao máximo os incômodos, o que é perfeitamente possível adotando um estilo de vida ativo".

Para conviver com a menstruação, só sendo muito mulher mesmo.


Um comentário:

  1. Que artigo fantástico! Realmente, "para conviver com a menstruação, só sendo muito mulher mesmo".

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