Caramujo-Gigante-Africano
Achatina fulica,
os Caramujos Africanos
Pergunta-se:
O Caramujo-Gigante-Africano, será um Transmissor de Doenças ?
Introdução
O
Caramujo-Gigante-Africano, Achatina fulica, é um molusco oriundo da
África. Ele também é chamado de:
a. Acatina,
b.
Caracol-Africano,
c.
Caracol-Gigante,
d.
Caracol-Ggante-Africano,
e.
Caramujo-Gigante,
f.
Caramujo-Gigante-Africano,
g.
Rainha-da-África.
O caracol gigante africano foi trazido do
Quênia e da Tanzânia para o Brasil em 1988. A proposta inicial dos que trouxeram o
Achatina fulica foi possibilitar mais uma opção de alimento, cujo similar
europeu, o escargot, é tido como um prato caro presente em restaurantes
muito chiques, especialmente na França.
Esse animal
pode pesar 200 gramas,
e medir cerca de 10
centímetros de comprimento e 20 centímetros de
altura.
Sua concha
é escura, com manchas claras, alongada e cônica. Além disso, sua borda é
cortante. Foi introduzido ilegalmente em nosso país na década de 80, no Paraná,
com o intuito de substituir o escargot, uma vez que sua massa é maior que a
destes animais. Levado para outras regiões do Brasil, tal espécie acabou não
sendo bem-aceita entre os consumidores, e também proibida pelo IBAMA, fazendo
com que muitos donos de criadouros, displicentemente, liberassem seus
representantes na natureza, sem tomar as devidas providências.
Quem idealizou a importação dos Achatina quis trazer
para o Brasil uma fina iguaria que, além de ser mais uma fonte de proteínas,
traria renda para os criadores. Logo, no entanto, o IBAMA proibiu a sua criação
considerando os caramujos como um péssimo negócio para o país.
Sem
predadores naturais, tal fator, aliado à resistência e excelente capacidade de
procriação desse animal, permitiram com que esse caramujo se adaptasse bem a
diversos ambientes, sendo hoje encontrado em 23 estados. Só para se ter uma
ideia, em um único ano, o mesmo indivíduo é capaz de dar origem a
aproximadamente 300 crias.
Características
Marcantes do
a. parcialmente arborícola (pode se alimentar sobre árvores e escalar edificações e muros);
b. extremamente
prolífica (produz muitos ovos por ano: 50 a 400 ovos por postura e cerca de 500 ovos
por ano, segundo a D.ra Norma Campos Salgado);
c. ativa no inverno (em regiões de inverno úmido e pouco frio);
– herbívora generalista (polífaga, ou seja, come folhas, flores e frutos de muitas espécies);
d. resistente à
seca;
e. resistente
ao frio hibernal;
f. canibal (devora ovos e caramujos jovens da
mesma espécie), aparentemente para sobreviver temporariamente em ambientes
pobres em cálcio (necessário para a concha: animais parcialmente calcífilos);
g. –
sobrevivente em muitos meios naturais e antrópicos (florestas e capoeiras,
bordas de florestas, caatingas, brejos e outras áreas de vegetação nativa,
áreas de cultura – especialmente hortas e pomares, plantações abandonadas,
terrenos baldios urbanos, quintais e jardins).
A Praga da
Destruição
Os animais dessa espécie se alastraram por quase todo
o Brasil, estabelecendo populações em vida livre e se tornando séria praga
agrícola, especialmente no litoral. Atacam e destroem plantações, com danos
maiores em plantas de subsistência de pequenos agricultores (mandioca e feijão)
e plantas comerciais da pequena agricultura (mandioca, batata-doce, carás,
feijão, amendoim, abóbora, mamão, tomate, verduras diversas e rami).
Além de
destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer
tipo de vegetação, e competir com espécies nativas – inclusive alimentando-se
de outros caramujos; tais animais são hospedeiros de duas espécies de vermes
capazes de provocar doenças sérias. Felizmente, não foram registrados casos em
que essa doença, em nosso país, tenha sido transmitida pelo Caramujo-Gigante.
São elas:
a.
Angiostrongylus costaricensis: responsável pela angiostrongilose
abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes
aos da apendicite;
Observação:
Achatina
fulica pode hospedar ainda o verme Angiostrongylus
costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença
grave com centenas de casos já reportados no Brasil. Esta doença pode resultar
em óbito por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal.
O descaso dos governos municipais, estaduais e federal pela situação e o incentivo desses governos à criação do molusco contribuem ativamente para o agravamento da invasão, dos danos agrícolas e da possibilidade da angiostrongilíase abdominal se tornar endemia rural e urbana. Os governos atuam, assim, contra os interesses da população.
b.
Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilíase
meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal.
Tanto uma
quanto outra ocorrem pela ingestão do parasita, seja pelo manuseio dos
caramujos, ou ingestão destes animais sem prévio cozimento, ou de alimentos
contaminados por seu muco, como hortaliças e verduras. Assim, é importante o
uso de luvas ou sacolas de plástico ao manipular os caramujos, cozer antes se
comer a sua carne, e desinfeccionar itens alimentares, lavando-os e deixando-os
de molho de quinze minutos a meia hora, em aproximadamente uma colher de água
sanitária para um litro de água.
Recomendações:
Uma das recomendações de segurança no trato com esses animais diz:
"a melhor forma de controle é mesmo pegá-los com as mãos, desde que estejam
com luvas." Colocá-los em um
único recipiente e jogar sal sobre eles
e por fim queimá-los.
Caramujo se desfazendo após uso de sal dobre Êle.
Caramujos podem transmitir doenças :
Doenças transmitidas pelo caramujo africano
Caramujos, africanos ou não, podem
transmitir a Angiostrongilíase meningoencefálica humana (Angiostrongylos
cantonensis) e a Angiostrongilíase abdominal (Angiostrongylos
costaricensis) e outras doenças.
Segundo
MENINGITE EOSINOFÍLICA POR CARACÓIS... "No
Brasil, onde ocorreram seis casos até agora [de angiostrongilíase], o caracol
africano (Achatina fulica) não foi a causa de nenhum deles."
Controle :
Quanto ao
controle desse molusco, indica-se a catação manual dos indivíduos ( Caramujos )
e de seus ovos, colocando-os em dois sacos plásticos, com a posterior quebra de
suas conchas antes de eliminá-los.
Isso
porque tais estruturas podem acumular água, sendo um criadouro em potencial
para os ovos do Aedes aegypti. Depois, recomenda-se a aplicação de cal
virgem sobre os caramujos quebrados, e o posterior enterramento, em local longe
de lençóis freáticos, cisternas ou poços artesianos.
Observação:
Existem
linhas de pesquisa que se focam em mostrar o outro lado da questão, afirmando
que medidas visando à eliminação do caramujo são muito extremas, já que o risco
dessa espécie transmitir doenças é muito pequeno, se comparado a outros animais
que temos o hábito de ingerir; e pelo fato de que tal animal tem potencial para
o desenvolvimento de produtos cosméticos e fármacos, como aqueles que combatem
a leishmaniose. Além disso, alguns pesquisadores afirmam que o controle de suas
populações poderia ser mais eficaz se fossem adotadas medidas sérias visando à
utilização desses animais para a alimentação, já que são saborosos, se bem
preparados, e são bastante proteicos.
Saneamento Eficaz
Para sanear a região, algumas regras devem ser obedecidas na Captura do Achatina fulica :
1) Somente adultos treinados devem recolher os caracóis.
Crianças e Adolescentes não devem participar das ações diretas do recolhimento do caramujo Achatina fulica.
2) O recolhimento sempre deve ser feito por pessoas treinadas ou em mutirão com os vizinhos, pelo menos da mesma quadra de quarteirão. O risco de re-infestação é alto e com certeza os caramujos retornarão ao seu quintal.
3) Recolher os caracóis sempre utilizando luvas descartáveis, sacos plásticos, na falta usar uma pá. Não ter o contato da pele diretamente com o caracol.
4) Os caracóis recolhidos devem ser incinerados, para isso utilizar uma vala, um tambor ou ainda uma fogueira cercada por tijolos ou blocos. Para grandes quantidades utilizar o carro incinerado da Prefeitura Municipal.
Extermínios não eficazes:
- A utilização do sal não é recomendado, o sal serve
somente para salinizar o solo.
- Também não é recomendado o afogamento em balde com água e sal.
5) Os restos resultantes devem ser incinerado (queimados), enterrados, distante dos mananciais e poços de água. Jogar no lixo não é uma prática recomendável.
6) Não deixe pneus, latas, entulhos, plásticos, tijolos e telhas, madeiras, lixos em geral espalhados no quintal. Isso favorece a proliferação de Achatina fulica, e de outras pragas nocivas à saúde, como: ratos , baratas , escorpiões , aranhas , moscas , mosquitos como o Aedes aegypti (vetor da dengue).
7) Os caracóis nativos devem ser preservados.
- Também não é recomendado o afogamento em balde com água e sal.
5) Os restos resultantes devem ser incinerado (queimados), enterrados, distante dos mananciais e poços de água. Jogar no lixo não é uma prática recomendável.
6) Não deixe pneus, latas, entulhos, plásticos, tijolos e telhas, madeiras, lixos em geral espalhados no quintal. Isso favorece a proliferação de Achatina fulica, e de outras pragas nocivas à saúde, como: ratos , baratas , escorpiões , aranhas , moscas , mosquitos como o Aedes aegypti (vetor da dengue).
7) Os caracóis nativos devem ser preservados.
OBSERVAÇÃO:
Não deixe crianças fazerem a captura, pois isto pode trazer problemas a saúde das mesmas.
CURIOSIDADES
USO DO CARAMUJO NA TERAPIA DO REJUVENECIMENTO
01.
CARAMUJOS COMESTÍVEIS - ESCARGOT
01. Escargot de France.
02. Escargot Africano da Costa do Marfim ( Coestível ).
03. Escargot de Griffe. Um Helix pomatia ( Francês ).
04. Escargot Helicidae de griffe. Europeu - Cornu aspersom.