quinta-feira, 31 de março de 2016

APONTAMENTOS SOBRE VACINA PENTAVALENTE




           BREVE RESUMO SOBRE A VACINA PENTAVALENTE

 

 

 

 

  INDICAÇÃO E ESQUEMA VACINA DA VACINA PENTAVALENTE:

 

A vacinação básica consiste na aplicação de 3 doses, com intervalo de 60 dias (mínimo de 30 dias), a partir de 2 meses de idade. Os dois reforços necessários serão realizados com a vacina DTP (difteria, tétano e pertussis). O primeiro reforço aos 15 meses e o segundo entre 4 a 6 anos 11meses e 29 dias.

Ressalta-se que fará parte deste esquema, para os recém-nascidos, a primeira dose nas primeiras 24 horas, preferencialmente nas primeiras 12 horas, com a vacina contra hepatite B monovalente (recombinante).

A introdução da Pentavalente não altera as indicações em situações especiais, para as vacinas DTPa, DT, Hib e hepatite B contidas nas recomendações da Norma dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais / CRIEs.


             DOSE / VIA DE ADMINISTRAÇÃO DA VACINA PENTAVALENTE:

Administrar dose de 0,5 ml da vacina DTP/HB/Hib por via intramuscular (IM), no vasto lateral da coxa esquerda, em crianças menores de 2 anos de idade e na região deltóide nas crianças a partir de dois anos de idade.



A vacina não deve ser administrada na região glútea, devido ao risco lesão do nervo ciático (Villarejo e Pascaul, 1993; Pigot, 1988) e a possibilidade de injetar a vacina em tecido adiposo (gordura), em vez de músculo. Há evidências de que a injeção de medicamento no tecido adiposo da região dorso glútea pode reduzir a imunogenicidade da hepatite B (Shaw et al, 1989. Alves et al, 2001) e raiva (Fishbein et al, 1988). Também não pode ser administrada na região intradérmica, pois pode induzir a uma resposta imunitária insatisfatória.




Não deve ser administrada em um vaso sanguíneo (endovenosa).








  Vacinas Pentavalente, Hepatite B  Monovalente  e suas Vias e Sítios de Aplicação

 

       A seguir temos duas imagens copiadas do Curso de atualização
para o trabalhador da sala de vacinação, MANUAL DO MONITOR, Manual do Ministério da Saúde. 

      Estas imagens ilustram as agulhas adequadas para uma vacinação de qualidade. 

Orienta sobre que tipo de agulha que deve ser utilizada com relação a dimensão do tecido a ser  alcançado para a correta administração vacinal.

 Vejam: 

 

 



 CONSERVAÇÃO E VALIDADE DA PENTAVALENTE:

 

Conservar a vacina protegida da luz solar direta e sob refrigeração entre 2°C e 8°C, não podendo ser congelada. Respeitar rigorosamente o prazo de validade indicado pelo fabricante na embalagem.

 

 

      USO DA PENTAVALENTE SIMULTÂNEO COM OUTRAS VACINAS:

A vacina Pentavalente pode ser administrada com segurança e eficácia, ao mesmo tempo com as demais vacinas do calendário. Utilizar seringas, agulhas e sítios de aplicações diferentes na administração simultâneas de vacinas.
Se mais de uma injeção for dada em um mesmo membro (crianças com calendário muito atrasado, por exemplo), administrar com, no mínimo, 2,5 centímetros de distância entre elas (American Academy of Pediatrics, 2003). O local em que cada injeção for administrada deve ser observado nos registros do  indivíduo, possibilitando a diferenciação de qualquer reação local.

       CONTRAINDICAÇÕES DA VACINA PENTAVALENTE:

Existem poucas contraindicações para a administração da primeira dose da vacina Pentavalente, exceto se há relato de convulsões ou anormalidades neurológicas graves no período neonatal que são contraindicações para o componente pertussis.
A vacina não prejudica indivíduos previamente infectados com o vírus da hepatite B.
Não administrar em crianças com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da vacina ou que tenham manifestado sinais de hipersensibilidade após uso prévio das vacinas difteria, tétano, coqueluche, hepatite B ou Hib; crianças com quadro neurológico em atividade; crianças que tenham apresentado, após aplicação de dose anterior, qualquer das seguintes manifestações:
Ø        Convulsão (febril ou afebril) até 72 horas após administração da vacina;
Ø        Episódio hipotônico hiporresponsivo (EHH), até 48 horas após a administração de vacina prévia;
Ø        Encefalopatia nos primeiros 7 dias após a administração da vacina prévia.
Ø        Púrpura trombocitopênica pós-vacinal (possível associação com o componente da Hepatite B)


      

             PRECAUÇÕES:

Esta vacina é contraindicada para pessoas com 7 anos de idade ou mais, por conta do   componentes
pertussis (P).
Em caso de doenças febris agudas moderadas ou graves recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro, com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença.
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) não é considerada uma contraindicação para a administração da vacina DTP/HB/Hib. Os pacientes portadores de alguma imunodeficiência ou em uso de terapia imunossupressora ou corticosteróides podem ter resposta imunológica reduzida.
Febre elevada (temperatura ≥ 39°C) dentro de 48 horas após a vacinação e não devido a outras causas identificáveis, recomenda-se adotar conduta conforme descrito no Manual de EAPV/MS.


    
     EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO À PENTAVALENTE:
O tipo e a frequência de eventos adversos da vacina Pentavalente (DTP/HB/Hib) não diferem significativamente dos eventos adversos das vacinas DTP, Hep B e Hib, descritas separadamente.


VACINA DTP (células inteiras): leves eventos locais ou sistêmicas são comuns; edema temporário, aumento da sensibilidade e eritema (vermelhidão) no local da injeção em conjunto com febre ocorrem em uma grande proporção de casos. Ocasionalmente os eventos graves de febre alta, irritabilidade e choro inalterado podem aparecer dentro de 24 horas de administração. Episódio Hipotônico Hiporresponsivo (EHH) e as convulsões febris têm sido relatados, a uma taxa de 1 por 12.500 doses administradas.
Um estudo realizado no Reino Unido mostrou um pequeno aumento de convulsões após a imunização com a vacina DTP, entretanto, revisões posteriores detalhadas de todos os estudos disponíveis por grupos de especialistas do Instituto de Medicina e do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização (ACIP) dos Estados Unidos, as associações pediátricas da Austrália, Canadá, Reino Unido concluíram que os resultados não demonstraram uma relação causal entre a vacina DTP e disfunção crônica do sistema  nervoso. Assim, não há evidência científica de que esses eventos levem a consequências permanentes para  as crianças.


VACINA contra HEPATITE B: é uma vacina bem tolerada. Em estudos controlados com placebo, à exceção de dor local, sintomas tais como mialgia e febre transitória não têm sido mais frequentes do que no grupo placebo. Os relatos de reações anafiláticas graves são muito raros. Manifestações gerais como febre, irritabilidade, fadiga, tonturas, cefaléia, desconforto gastrintestinal, também, podem ocorrer dentro das primeiras 24 horas e com evolução benigna. A púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) após a vacina  contra Hepatite B é um evento raro cuja relação causal é difícil de ser comprovada. O tempo de latência  entre o aparecimento dos sintomas que geralmente é de alguns dias até dois meses, sugere esta relação. Os dados disponíveis não indicam uma associação causal entre a vacina Hep B e eventos adversos neurológicos graves como a síndrome de Guillain-Barré (SGB), doenças desmielinizantes incluindo a esclerose múltipla, bem como não existem dados epidemiológicos para apoiar uma associação causal entre esta vacina e síndrome da fadiga crônica, artrite, doenças auto-imunes, asma, síndrome da morte súbita infantil (SIDS) ou diabetes.




VACINA Hib: reações localizadas, leves e transitórias podem ocorrer dentro das 24 horas após a vacinação, tais como dor e aumento de sensibilidade no local da injeção, que na maioria dos casos desaparecem espontaneamente dentro de 2 a 3 dias. Eventualmente podem ocorrer abscessos locais, decorrentes da contaminação bacteriana secundária por falha técnica de aplicação da vacina. Manifestações gerais, como febre, raramente ocorrem e reações mais graves são muito raras, sendo que uma relação causal entre a vacina e reações mais graves, não foi estabelecida.

A  vacina  Pentavalente  é  bem  tolerada.  Estudos  clínicos  realizados  (Data  on   file,   Novartis     Vaccines)
demonstraram os seguintes EAPV, com frequência baseada em doses administradas:
ü        Muito frequente: > 1/10
ü   Frequente > 1/100, ≤ 1/10
ü        Pouco frequente > 1/1000, ≤ 1/100
ü   Raro > 1/10 000, ≤ 1/1000
ü        Muito raro 1/10 000, incluindo notificações esporádicas

 

 

Manifestações gerais:

o   Eventos muito frequentes: locais (Dor, Rubor, Edema e Enduração) o Eventos frequentes: Febre
o   Eventos raros: Manifestações gripais (influenza-like)

Manifestações gastrointestinais:

o   Eventos frequentes: vômitos e diarréia

Distúrbios do metabolismo e nutricionais:
o   Eventos frequentes: alterações alimentares (recusa alimentar, anorexia, desnutrição)

Manifestações do sistema nervoso:
o   Eventos frequentes: Sonolência

Manifestações do humor:
o   Eventos muito frequentes: Choro anormal o Eventos frequentes: Irritabilidade
o   Eventos raros: Choro persistente ≥ 3 horas

Manifestações respiratórias:
o   Eventos raros: Tosse

Manifestações na pele:
o   Eventos pouco frequentes: Rash cutâneo

As manifestações sistêmicas apareceram dentro das 48 horas após a vacinação e desapareceram espontaneamente.
Tanto as manifestações locais quanto as sistêmicas evoluíram sem sequelas. Manifestações alérgicas, incluindo anafilaxia e urticária têm sido notificadas após vacinação com as vacinas DTP, Hep B e Hib.
Um estudo de vigilância post-marketing de EAPV realizado na Guatemala, no período de 2008-2009, há relato de notificações de EAPV graves, além dos já citados acima, a saber:



Manifestações  Neurológicas :

01.  Irritabilidade Extrema ;

02.  Convulções ;

03.  Episódios  Hipotônicos;

04.  Anafilaxia.





A vacina Pentavalente já é distribuída pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para a vacinação dos povos indígenas.
No sistema de informação do (SI-EAPV) constam as seguintes notificações de eventos adversos, referentes a 124.494 doses da vacina Pentavalente administradas no período de 2000 a 2011.


FONTE :
   SUBSECRETARIA DE PROMOÇÃO, ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM    SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE IMUNIZAÇÕES