segunda-feira, 25 de outubro de 2010

VARICELA ou CATAPORA : EXANTEMA

VARICELA OU CATAPORA





A Varicela, também chamada de Catapora, é doença infecto-contagiosa causada por vírus.

É doença endêmica nas grandes cidades, verificando-se ocasionalmente epidemias.




A varicela

(catapora) é uma doença altamente

contagiosa, causada pelo vírus

varicela-zoster e que acomete,

principalmente, menores de

15 anos de idade.


Agente causador:

vírus Herpesvírus varicellae.

Pode ocorrer

durante o ano todo, porém observa-se

um aumento do número de casos no

período que se estende do fim do

inverno até a primavera

(agosto a novembro), sendo comum,

neste período, a ocorrência de surtos

em creches, pré-escolas,

escolas, etc.



TRANSMISSÃO




Dá-se por contato direto com pessoas

doentes. O vírus penetra no organismo

pelas vias respiratórias ( aéreas).


MANIFESTAÇÕES CLINICAS


A principal manifestação clínica é

caracterizada pela

presença de vesículas disseminadas em todo o corpo, que evoluem para crostas até a cicatrização (em torno de cinco dias). A transmissão pessoa a pessoa ocorre primariamente por contato direto com pacientes com varicela, por disseminação aérea de partículas virais (aerossóis) e, também, pode ocorrer por meio de contato com as lesões de pele. O período de maior transmissibilidade inicia-se dois dias antes do aparecimento das vesículas e vai até a fase de crosta . O período de incubação varia de duas a três semanas, com média de 14 a 16 dias.



RESUMO DAS MANIFESTAÇÕES CLINICAS



A . Presença de Vesícula dissiminada pelo corpo;

B. Evoluindo para Crostas;

C. Posteriormente Cicatrização ( em torno de 5 dias).

As complicações podem variar desde:

a) infecção secundária das lesões de pele,


b)pneumonia,

c) encefalite,

d) complicações hemorrágicas,

e) hepatite,

f) artrite,

g) Síndrome de Reye.

Há até relatos de infecção invasiva severa por estreptococos do grupo A (GAS), podendo levar a óbito.

ATENÇÃO

É importante ressaltar que indivíduos imunodeprimidos (infectados pelo HIV, transplantados, neoplasias, etc), poderão apresentar quadros mais graves da doença.

Observação:

Síndrome de Reye




A Síndrome de Reye é um distúrbio raro do fígado e do cérebro que ocorre após uma infecção viral geralmente em crianças entre 4 e 12 anos. Foi descrita pela primeira vez em 1929 como doença clínica e patológica. Até hoje a doença não é muito bem entendida. Uns ligam a doença com o uso de aspirina em crianças e outros ligam a doença com o vírus da varicela, toxinas exógenas e defeitos metabólicos intrínsecos nas enzimas do ciclo da uréia.

O primeiro estágio da doença é caracterizado por uma doença viral como infecção respiratória, diarréia ou após varicela. No caso de varicela, a síndrome se manifesta cinco dias após os sinais da doença.

Seus sintomas são: vômitos, náuseas, letargia, delírios, coma, amnésia, respiração acelerada e pode levar à morte.
Para prevenir a síndrome é necessário que não se faça uso de aspirinas e seus derivados em menores de 12 anos.

Qualquer menor que apresentar vômito após um processo infeccioso viral deve-se realizar exames de sangue e biopsia do fígado para confirmar ou não a Síndrome de Reye. Não existe tratamento específico para a síndrome, mas a criança doente deve ser internada numa UTI pediátrica para controlar a evolução da síndrome. O objetivo é evitar a hipoglicemia e a cicatrização do fígado e do cérebro.

Notificação Compulsória

A varicela não é uma doença de notificação


compulsória em casos isolados, porém os surtos decorrentes deste agravo em creches, pré-escolas, escolas, comunidade em geral, devem ser notificados no SINAN (boletim de notificação de surtos).

Assim como, recomenda-se monitorar as hospitalizações por varicela e os óbitos relacionados a esse agravo, a fim de


acompanhar a tendência do comportamento epidemiológico desta doença.

VACINAÇÃO

A vacina contra a varicela está indicada nas seguintes situações específicas:

A- pessoas suscetíveis a varicela com leucemia linfocítica aguda em remissão (pelo menos 12 meses), desde que apresentem 1.200 linfócitos/mm3 ou mais, sem radioterapia;

B- pessoas suscetíveis a varicela que serão submetidos a transplantes de órgãos sólidos, pelo menos três semanas antes do ato cirúrgico;

C- profissionais de saúde, pessoas e familiares de suscetíveis a varicela e imunocompetentes, que estejam em convívio domiciliar ou hospitalar com pacientes imunocomprometidos;

D- pacientes infectados pelo HIV, assintomático ou oligossintomático, sem alteração do CD4 (N1, A1);

E- pessoas suscetíveis a doença e imunocompetentes, no momento da internação em enfermaria onde haja caso de varicela;

F- bloqueio em enfermarias hospitalares;

G- crianças suscetíveis a varicela, que frequentam creches em período integral (manhã e tarde), onde haja caso(s) de varicela. Serão vacinadas as crianças na faixa etária de 1 a 5 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);

H- população indígena.

IMUNOGLOBULINA ( VZIG)

A imunoglobulina específica (VZIG) é preparada com o soro de pacientes que apresentaram zoster, e contém elevados títulos de anticorpos. De acordo com o Manual para os Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais, essa imunoglobulina deverá ser administrada até 96 horas do contato com o caso índice, na dose de 125 UI para cada 10 kg de peso (dose mínima de 125 UI e dose máxima de 625 UI).

INDICAÇÕES PARA USO DA IMUNOGLOBULINA ( VZIG )

Considera-se as seguintes indicações ( VZIG ):

pacientes imunodeprimidos;


gestantes suscetíveis, devido ao risco de complicação materna;

RNs de mães que apresentam varicela nos últimos cinco dias antes e até 48 horas após o parto;

RNs prematuros maiores ou igual a 28 semanas de gestação, cuja mãe não teve varicela;

ORIENTAÇÕES GERAIS:

·a. afastar as crianças com varicela da creche ou escola até o 7º dia após o aparecimento das lesões ou até que todas as lesões tenham evoluído para crostas;

·b. manter cuidados adequados de higiene;

·c. manter as unhas das mãos das crianças doentes bem aparadas, para evitar lesões que propiciam infecção por bactérias;

·d. procurar um serviço de saúde para avaliação e orientação;

·e. não dar aspirina para crianças com varicela, pois esta pode causar uma complicação grave chamada Síndrome de Reye, caracterizada por quadro neurológico e alterações no fígado;

·f. notificar os surtos oportunamente.

PROFILAXIA

Recomenda-se o isolamento dos pacientes até 06 (seis) dias depois do aparecimento da última vesícula. As pessoas suscetíveis devem evitar contatos com os doentes.

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