EUA aprovam pílula usada na prevenção do vírus HIV
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Testes mostraram eficácia de 73%, mas a droga só é indicada para grupos de alto risco
Estados Unidos - A Agência Federal de Alimentos e Medicamentos
dos Estados Unidos (FDA) anunciou ontem a aprovação do Truvada como primeira
pílula para ajudar a prevenir o HIV. Testes clínicos mostraram que o comprimido
reduz em até 73% a contaminação.
A Truvada é indicada para pessoas do grupo de alto risco de infecção: adultos que podem se relacionar com parceiros infectados por HIV. Entre eles, aqueles cujo companheiro é portador do vírus.
A aprovação não significa que a pílula pode ser usada por todos. Como é antirretroviral, pode causar efeitos colaterais, como vômito, diarreia, náuseas e tontura. Há registros de intoxicação do fígado e enfraquecimento dos ossos.
A Truvada é indicada para pessoas do grupo de alto risco de infecção: adultos que podem se relacionar com parceiros infectados por HIV. Entre eles, aqueles cujo companheiro é portador do vírus.
A aprovação não significa que a pílula pode ser usada por todos. Como é antirretroviral, pode causar efeitos colaterais, como vômito, diarreia, náuseas e tontura. Há registros de intoxicação do fígado e enfraquecimento dos ossos.
A Truvada já é usada para tratar infectados pelo vírus; agora, será receitada também para evitar o contágio | Foto: Divulgação
Por isso, será prescrita somente para pessoas de grupos de risco
específicos. Mas o FDA lembra que o remédio é auxiliar, e o uso de
preservativos deve ser mantido.
O infectologista Alberto Chebabo, do laboratório Lâmina Medicina Diagnóstica, explica que a composição da pílula é seu diferencial. “Ela combina três medicamentos. É muito mais prático. Com ela, o paciente toma um comprimido por dia”, diz ele.
Ainda longe do SUS
A pílula não deve chegar tão cedo ao sistema de saúde brasileiro. Segundo o coordenador de Cuidado e Qualidade de Vida do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal, o medicamento não vai ser usado no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ele disse que os resultados dos ensaios clínicos do Truvada já eram conhecidos. “O fato de o FDA ter aprovado não muda nossa posição de combate à doença”, afirmou.
Hallal alega que os testes foram em ambientes controlados e há lacunas que impedem sua introdução na política pública de saúde. “Nossa estratégia é o uso de preservativos e o tratamento antiretroviral, que reduzem o risco de transmissão em até 96%”.
Ativista pede cuidado com novidade
O estudo sobre o Truvada, segundo o New England Journal of Medicine, envolveu 2.499 homens que tinham relações sexuais regulares com outros homens, mas que não estavam infectados com o HIV. Parte deles tomou a droga e outra, um placebo.
Os que tomaram a droga, segundo os pesquisadores, tiveram redução de até 73% do risco de contaminação. Esses números foram determinantes para a liberação da comercialização.
O estilista Carlos Tufvesson, militante da luta pela prevenção da Aids, ficou satisfeito com os resultados, mas ainda é cético sobre a eficácia da Truvada. Ele lembra que os cuidados com a doença não podem diminuir. “Eu milito há sete anos e, sempre que surge uma novidade, comemoramos, mas nos preocupamos em dobro. Não é uma pílula que previne. Isso ainda não existe e não vai existir por muito tempo”, disse.
Ele teme que a notícia da nova droga afete a luta pela prevenção da doença. “Fico muito preocupado com o que isso pode fazer com as campanhas de prevenção. Pode vir aquela coisa: para que usar camisinha?”, alerta Tufvesson.
Pesquisador prevê vacina em breve
O pesquisador Barton Haynes, da Universidade Duke, da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, vai apresentar, na conferência anual da Sociedade Internacional da Aids, de 22 a 27 deste mês, em Washington, pesquisas que, segundo ele, indicam que a vacina contra o HIV está próxima. “Conhecemos o rosto do inimigo”, afirmou ele, que não previu, no entanto, quando a vacina estará pronta para uso.
Na conferência, Haynes vai apresentar relatório do trabalho desenvolvido desde 2005 pelo consórcio criado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos para o desenvolvimento de vacinas contra a transmissão do HIV.
O infectologista Alberto Chebabo, do laboratório Lâmina Medicina Diagnóstica, explica que a composição da pílula é seu diferencial. “Ela combina três medicamentos. É muito mais prático. Com ela, o paciente toma um comprimido por dia”, diz ele.
Ainda longe do SUS
A pílula não deve chegar tão cedo ao sistema de saúde brasileiro. Segundo o coordenador de Cuidado e Qualidade de Vida do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Ronaldo Hallal, o medicamento não vai ser usado no Sistema Único de Saúde (SUS).
Ele disse que os resultados dos ensaios clínicos do Truvada já eram conhecidos. “O fato de o FDA ter aprovado não muda nossa posição de combate à doença”, afirmou.
Hallal alega que os testes foram em ambientes controlados e há lacunas que impedem sua introdução na política pública de saúde. “Nossa estratégia é o uso de preservativos e o tratamento antiretroviral, que reduzem o risco de transmissão em até 96%”.
Ativista pede cuidado com novidade
O estudo sobre o Truvada, segundo o New England Journal of Medicine, envolveu 2.499 homens que tinham relações sexuais regulares com outros homens, mas que não estavam infectados com o HIV. Parte deles tomou a droga e outra, um placebo.
Os que tomaram a droga, segundo os pesquisadores, tiveram redução de até 73% do risco de contaminação. Esses números foram determinantes para a liberação da comercialização.
O estilista Carlos Tufvesson, militante da luta pela prevenção da Aids, ficou satisfeito com os resultados, mas ainda é cético sobre a eficácia da Truvada. Ele lembra que os cuidados com a doença não podem diminuir. “Eu milito há sete anos e, sempre que surge uma novidade, comemoramos, mas nos preocupamos em dobro. Não é uma pílula que previne. Isso ainda não existe e não vai existir por muito tempo”, disse.
Ele teme que a notícia da nova droga afete a luta pela prevenção da doença. “Fico muito preocupado com o que isso pode fazer com as campanhas de prevenção. Pode vir aquela coisa: para que usar camisinha?”, alerta Tufvesson.
Pesquisador prevê vacina em breve
O pesquisador Barton Haynes, da Universidade Duke, da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, vai apresentar, na conferência anual da Sociedade Internacional da Aids, de 22 a 27 deste mês, em Washington, pesquisas que, segundo ele, indicam que a vacina contra o HIV está próxima. “Conhecemos o rosto do inimigo”, afirmou ele, que não previu, no entanto, quando a vacina estará pronta para uso.
Na conferência, Haynes vai apresentar relatório do trabalho desenvolvido desde 2005 pelo consórcio criado pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos para o desenvolvimento de vacinas contra a transmissão do HIV.
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