quinta-feira, 20 de agosto de 2009

PRINCIPAIS VACINAS - PARTE 01

AS VACINAS PROLONGAM A VIDA




Administração de
Vacinas

INTRODUÇÃO


O profissional de saúde que for aplicar a vacina deve tomar todas as precauções necessárias para evitar riscos de transmissão ou aquisição de infecções, bem como acidentes evitáveis no ato da vacinação. É obrigatório lavar as mãos antes e depois de vacinar.

Não é necessário o uso de luvas, exceto se houver lesões abertas nas mãos do vacinador ou se houver contato com sangue ou fluidos corporais potencialmente infectados provenientes das pessoas a serem vacinadas.

Todos devem estar conscientes da importância que há em se conseguir coberturas vacinais elevadas. Para isso, é imprescindível não perder as oportunidades de vacinar. Deve-se tentar ser o mais flexível possível no que se refere a horários, facilidades e disponibilidade de vacinação.

A decisão de vacinar uma criança ou adolescente pode se basear exclusivamente numa série mínima de perguntas realizadas pelo médico que prescreve a vacina ou pelo profissional da área da saúde que vai vacinar:

  • Perguntar a pessoa que irá se vacinar, ou aos seus responsáveis, sobre a presença de alguma possível contra-indicação absoluta ou relativa para a vacinação: reação anafilática anterior à vacina ou a algum dos seus componentes ou uma doença febril aguda grave ou moderada.
  • Perguntar se a criança está sadia naquele momento.
  • Perguntar se apresentou reações a doses anteriores de vacinas.
  • Avaliar o estado geral da criança antes de vaciná-la.
  • Explicar aos pais, de forma clara e objetiva, as vantagens que existem na vacinação e as características da doença que vai ser prevenida. Também é importante dar informações sobre a vacina que vai ser administrada, o percentual aproximado de eficácia, seus possíveis eventos adversos e como agir ou a quem recorrer em caso de reação adversa pela vacina.
  • Em muitos países, não é o caso do Brasil, é necessário obter um consentimento escrito dos pais autorizando vacinação.
Procedimentos antes da vacinação

Antes de iniciar a vacinação, o profissional deve tomar alguns cuidados:

  • Verificar o histórico e a carteira de vacinação da criança.
  • Lavar as mãos antes e depois de vacinar (retirar anéis, alianças, pulseiras e fitas).
  • Preparar o material necessário.
  • Ter no local da vacinação duas ampolas de adrenalina 1:1000, e material para a reanimação cardiorrespiratória que serão verificados freqüentemente.

Verificar as características do produto a ser administrado:

  • Forma de apresentação, aspecto e dose.
  • Modo de conservação, e se foram respeitadas as indicações prescritas
  • Forma de administração: oral, parenteral.
  • Via de administração: subcutânea (SC), intramuscular (IM), intradérmica (ID).
  • Lugar de administração: deltóide, vasto externo, glúteo
  • Data de vencimento: a vacina é válida até o último dia do mês no qual o produto expira.
  • Verificar contra a luz o aspecto físico da vacina e comparar com as informações contidas na bula, caso esteja diferente (quanto à cor, por exemplo) do previsto não deve-se usar a vacina. Também deve-se verificar se há floculação ou partículas.

Após a reconstituição, alguns produtos biológicos liofilizados têm uma validade limitada e são vulneráveis à luz e ao calor. É imprescindível seguir as recomendações do fabricante em relação ao modo e ao prazo de utilização.

Nas vacinas que se apresentam liofilizadas, é necessário misturar o princípio ativo (liofilizado) com o diluente que acompanha a vacina (soro fisiológico no caso da BCG e água para injeção na maioria das vacinas virais vivas) e agitar as vacinas até conseguir a homogeneização completa do liofilizado.

A agulha deve ser escolhida de acordo com a via de administração, a idade do paciente, o lugar anatômico e o tipo de vacina. Deve-se utilizar seringas e agulhas estéreis descartáveis, descartando-as sem reencapá-las, após sua utilização, em recipientes rígidos específicos para tal, para evitar acidentes.

Vacinas diferentes não devem ser misturadas numa mesma seringa. Isto pode ser feito exclusivamente com determinadas vacinas para as quais o laboratório fabricante assim indicar.

Para a limpar a pele deve-se utilizar água destilada, soro fisiológico ou álcool a 70%. No caso da BCG, por ser administrada via ID, ou seja, em local muito superficial, apenas soro fisiológico ou água destilada poderá ser utilizado na limpeza do local onde a vacina será administrada.

Não deve-se administrar mais de uma injeção no mesmo local no mesmo dia para evitar que a reação local, que pode ser produzida por cada uma das vacinas, seja potencializada com as outras, modificando de forma imprevisível sua absorção. Se for preciso administrar mais de uma vacina no mesmo membro, uma distância de aproximadamente uma polegada (2,5 cm) deverá ser observada para evitar um somatório de eventos adversos locais.

Locais e formas de administração

As vacinas podem ser administradas de formas diferentes. Cada vacina tem sua indicação específica em relação a forma de administração.

Via oral

A via oral é utilizada para administrar algumas vacinas, como: OPV, cólera oral e rotavírus. Estas vacinas não devem ser mantidas à temperatura ambiente, o que diminui sua eficácia, e só devem ser retiradas da geladeira na hora de sua utilização.

  • Embalagem monodose: administrar diretamente na boca.
  • Frascos multidose: o ideal é colocar a dose correspondente em uma colher descartável.
Via intramuscular


A via intramuscular é utilizada para a administração de produtos biológicos (imunoglobulinas ou vacinas) na massa muscular profunda, sendo contra-indicada para pacientes com diátese hemorrágica.

As vacinas de aplicação intramuscular podem ser aplicadas no vasto lateral da coxa, no deltóide ou no glúteo.

Recomenda-se não utilizar a região glútea como lugar de aplicação da injeção intramuscular para evitar as complicações locais que podem surgir (lesão do nervo ciático). Esta região deve ser escolhida excepcionalmente e somente em crianças maiores de três anos ou naquelas que andam há pelo menos um ano, com a finalidade de garantir que haja um bom desenvolvimento muscular.

Além disso, foi descrita uma menor efetividade de determinadas vacinas (Hepatites A e B e anti-rábica) administradas nesse sítio anatômico, provavelmente devido à injeção despercebida em tecido adiposo.

Via subcutânea ou hipodérmica

A via subcutânea, ou hipodérmica, é utilizada quando o produto deve ser injetado no interior do tecido conjuntivo, debaixo da pele. Alguns medicamentos, como insulina e adrenalina, costumam ser administrados desta forma.

Via intradérmica

A via intradérmica é utilzada quando o produto deve ser aplicado, dentro da derme, a quantidade mínima (0,01 ml a 0,1 ml) de um produto biológico que será absorvido de forma lenta e local.

Por ser um local extremamente delicado, o maior número de acidentes pérfuro-cortantes durante a vacinação ocorre neste procedimento.

Esta via é utilizada para a administração de certas vacinas (BCG), para realização de testes diagnósticos (Mantoux ou PPD) e para verificar a sensibilidade do paciente em relação a determinados antígenos.

Recentemente, este procedimento vem sendo utilizado para a vacinação contra o vírus da hepatite B em pacientes que não soroconverteram mesmo após ter sido repetido o esquema vacinal.

Após a vacinação, deve-se observar o surgimento de eventos adversos secundários durante 15 a 30 minutos, anotando-os na carteira de vacinação da criança se os mesmos ocorrerem.

Após a vacinação, anotar na carteira de vacinação os seguintes dados sobre a vacina que acaba de ser administrada: data, nome, número de lote, quantidade administrada, via de administração e assinatura do profissional que a administrou.

Conservação das vacinas

Os antígenos presentes nas vacinas são proteínas, polissacarídeos capsulares, vírus inativados, vírus vivos atenuados, bactérias vivas atenuadas e bactérias inativadas que, a exemplo de outros produtos imunobiológicos, podem sofrer degradação quando submetidos a temperaturas adversas.

As taxas de deterioração das vacinas variam de produto para produto e de fabricante para fabricante, ou seja, não é possível dar uma orientação genérica.

Ressalta-se ainda que a inspeção visual do produto não é sensível o suficiente para se supor se houve armazenamento impróprio do mesmo.

  • Pólio oral (Sabin), tríplice viral, varicela, febre amarela e BCG são exemplos de vacinas vivas e, por este motivo mais termoinstáveis. O congelamento não interfere com a eficácia destas vacinas (exceto BCG e tríplice viral). Ao contrário, a elevação da temperatura, a níveis acima de 8oC comprometerá sua capacidade imunogência. No caso de ser necessário o descarte do produto, isto deverá ser feito após se autoclavar os frascos. Aliás, mesmo os frascos já utilizados, ainda que aparentemente vazios, devem ser desprezados mediante estes cuidados.
  • Pólio inativada, anti-diftérica, anti-tetânica, tríplice bacteriana, tanto a acelular quanto de células inteiras, são elaboradas com microorganismos inativados e, em geral, mais resistentes a elevação de temperatura. Muitas vacinas inativadas tem alumínio como adjuvante em sua formulação e, por este motivo, o congelamento acidental implica, obrigatoriamente, no descarte das vacinas, que poderá ser feito em local apropriado, sem a necessidade de autoclavar.
Recomendações para a manipulação das vacinas

Os frascos multidose de vacinas que contém agentes bacteriostáticos podem ser utilizados até o vencimento de sua data de validade, desde que a extração das doses seja feita através da borracha com agulhas estéreis, sem abrir o frasco.

  • Desprezar rapidamente os frascos multidose abertos que estejam com a validade vencida ou contaminados.
  • Desprezar, 24 horas após tê-los aberto, os frascos que não contém agentes bacteriostáticos.
  • Desprezar a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) oito horas após a reconstituição.
  • Desprezar a vacina contra a varicela 30 minutos após a reconstituição.
  • Desprezar a vacina DTP-Hib 24 horas após a reconstituição.
  • Desprezar a vacina BCG 6 horas após a reconstituição.

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