domingo, 22 de agosto de 2010

PROBLEMAS COM A VESICULA BILIAR

PEDRA NA VESÍCULA





01. O que é Pedra na Vesícula ou Cálculo Biliar?

Pedra na Vesícula ou Cálculo Biliar forma-se nos intervalos entre as refeições, quando a parte líquida da bile é progressivamente absorvida pelas paredes da vesícula, permitindo que fique mais concentrada, com uma menor quantidade de água.

A vesícula biliar é um órgão integrado ao fígado e que possui a função de guardar a bile que é criada no fígado e dispersada no intestino logo depois das refeições. A bile contribui para digerir as gorduras e possui um elevado teor de sais criados a partir do colesterol. Desta forma, a vesícula funciona de forma semelhante a um recipiente armazenador dos sais biliares, riquíssimos em colesterol.

Os cálculos biliares são desenvolvidos comumente dentro da vesícula biliar. Ocorre que quando a parte líquida da bile é absorvida, os sais biliares ficam mais concentrados. O mecanismo é semelhante ao da formação do Cálculo renal ou Pedra nos Rins, e parece com a formação de pérolas no interior de conchas. Os sais biliares, mais densos, com menor concentração de líquido, ficam mais próximos e se agrupam. Assim, com o tempo, mais sais se juntam e como são ricos em colesterol têm nesse componente sua quase totalidade. As Pedras na Vesícula ficam armazenadas dentro da mesma e podem migrar pelos caminhos que levam a bile ao intestino. Aí está o grande problema.

02. Fatores de Risco

Alguns fatores estão relacionados a um risco mais acentuado de surgimento da Pedra na Vesícula. São eles:

• Idade avançada;
• Estilo de vida sedentário;
• Pressão Alta (Hipertensão arterial);
• Tabagismo;
• Dieta com gorduras em excesso;
• Obesidade, que torna maior a secreção de colesterol na bile;
• Mulheres têm maior predisposição;
• Gravidez;
• Grande Perda de peso agrava a perda de colesterol na bile;
• Utilização de anticoncepcionais de via oral;
• Predisposição genética;
• Quando as hemácias (células vermelhas do sangue) são destruídas (Anemia hemolítica crônica).


03.Sintomas


A Pedra na Vesícula pode não apresentar nenhum sintoma. Assim, muitas vezes o indivíduo nem imagina que está sofrendo deste mal. Geralmente quando ocorre inflamação da vesícula ou a pedra migra para os caminhos que conduzem a bile ao intestino é que o indivíduo percebe o problema.

Com a migração das pedras, elas acabam vedando os canais, que são bastante estreitos. Assim, a pressão no interior da vesícula cresce e gera distensão, conduzindo ao sintoma mais comum; ou seja, a dor conhecida como cólica biliar. Essa dor surge na região do estômago e vai se tornando mais forte, passando a localizar-se mais para a direita do abdome. A pessoa também pode sentir dor no ombro direito ou no dorso. Nos casos mais simples a dor pode estender-se por até uma hora e pode ser iniciada após uma refeição excessivamente gordurosa ou quando o indivíduo come depois de um longo período em jejum.

Vômitos e náuseas podem ocorrer quando a dor alcança intensidade máxima. Pode haver febre quando há inflamação da vesícula ou dos canais. Se for alta e haver calafrios, aponta infecção por bactérias, que é denominada colangite.

Quando a
Pedra na Vesícula obstrui o canal de drenagem da bile, o indivíduo pode apresentar icterícia (pele e área branca dos olhos com coloração amarela). Isso acontece porque a bile fica "parada" na vesícula e a bilirrubina (pigmento amarelado existente na bile) é absorvida e vai para o sangue. Nesses casos, a urina pode apresentar-se escura e as fezes claras.



04 Diagnóstico


A narrativa dos fatos pelo paciente é bem característica e direciona o médico para o diagnóstico. Para a confirmação da existência de Pedra na Vesícula, realiza-se o exame Ultrasonografia. Como as pedras são em sua maior parte formadas de colesterol elas não aparecem na radiografia, ao contrário das Pedras nos Rins, que como os ossos, aparecem em radiografias, já que são formadas basicamente por cálcio. Assim, o ultra-som é muito importante, assim como a cintilografia.

Exames de sangue podem ser necessários quando se está diante de algum quadro complicado da doença.


05. Complicações

1.
Além da cólica biliar, o indivíduo com
Pedra nos Rins está sob o risco de mais complicações, são elas:

• Pancreatite
• Coledocolitíase
• Colangite
• Colecistite Aguda


06. Tratamento


O tratamento pode ocorrer com medicamentos ou por procedimento cirúrgico, com a eliminação da vesícula (colecistectomia). Medicamentos agem dissolvendo a pedra, e podem ser recomendados àqueles pacientes que não apresentam sintomas. Porém, esse tratamento apresenta alguns empecilhos, como: uso por longo período de medicamento de custo elevado; reaparecimento das pedras após a interrupção do uso. Esses fatores negativos compararados aos excelentes resultados conseguidos com a colecistectomia por laparoscopia, têm feito com que prefira-se a cirurgia, que está indicada a pacientes que possuem:

• Sintomas graves o bastante para interferir em seu cotidiano.
• Alguma complicação em função da presença das pedras.
• Algum fator que maximize o risco de desenvolvimento de complicações.


A colecistectomia pode ser realizada de duas formas:

1. Convencional, onde o cirurgião faz uma incisão no abdome e observa diretamente a vesícula;

2. Laparoscopia, onde o cirurgião insere duas ou três cânulas em pequenas aberturas no abdome, e observa a cavidade com um monitor.

A laparoscopia é preferida, pois o impacto estético é menor, a dor no pós é bem mais sutil, a internação dura menos, o paciente retorna mais rapidamente ao trabalho e às suas atividades habituais.

Outro tratamento que pode se optar é a litotripsia extracorpórea, do mesmo modo que é utilizado para as Pedras nos Rins. Nessa técnica, usam-se ondas de choque na superfície do abdome, direcionadas ao cálculo, com o objetivo de quebrá-lo em partes menores que sejam eliminadas. Deve ser usado associado a medicamentos que dissolvem as pedras. As indicações deste tratamento são limitadas, restritas.


07. Prevenção

Ainda não há um modo de prevenir a criação de
Pedra na Vesícula, mas alguns fatores podem ser positivos na prevenção. Saõ eles:

• Dieta rica em fibras e sem excesso de gordura;
• Manter o peso ideal;
• Prática de exercícios;
• Deixar o tabagismo.

OBSERVAÇÕES :

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

Cirurgia para pedra na Vesícula Biliar
Colecistectomia videolaparoscópica

A. No passado...

Quando seu cirurgião recomendava uma operação de vesícula biliar, você se lembrava de um amigo ou parente que fez a mesma cirurgia há alguns anos . Eles tinham uma cicatriz imensa e contavam da dor intensa que tiveram depois da cirurgia. Eles ficaram no hospital por uma semana sem poder voltar as atividades normais em menos de 6 semanas . Então você ficava preocupado em passar pelas mesmas coisas. Como fazer para ficar afastado do trabalho quase dois meses?

B. Hoje... há uma nova técnica cirúrgica com grandes vantagens

A remoção da vesícula biliar é uma das cirurgias mais praticadas , e a maioria já é realizada por via laparoscópica . O termo médico para este procedimento é colecistectomia videolaparoscópica.

Ao invés de incisões de 20 a 30 cm de extensão , a operação é realizada através de quatro pequenos orifícios de 0,5 cm no abdomen.

A dor pós-operatória é muito menor que a da cirurgia convencional.

Geralmente o paciente fica um dia internado no hospital e retorna às atividades normais em 10 a 15 dias.

C. O QUE É A VESÍCULA BILIAR?

É um órgão em forma de pera situado sob o lobo direito do fígado.

Sua principal função é coletar a bile produzida pelo fígado e concentrá-la . Quando a pessoa se alimenta , a vesícula biliar se contrai liberando a bile, a qual passa por um canal chamado colédoco, até chegar ao intestino e encontrar o alimento.

A remoção da vesícula biliar não está associada a nenhuma disfunção digestiva na maioria das pessoas.

D. O QUE CAUSA PROBLEMAS DA VESÍCULA BILIAR?

O principal problema da vesícula biliar está associado a presença de cálculos. São pedras de variado tamanho e número, geralmente formadas a partir do colesterol e/ou sais biliares contidos na bile.

É ainda incerto o porque certas pessoas formam pedras .

Não há maneira de prevenir que as pedras se formem.

Estas pedras podem bloquear a saída da vesícula biliar , impedindo o fluxo natural da bile , ocasionando um aumento da pressão dentro da vesícula, levando a um inchaço (edema) e conseqüentemente a infecção . Este estado é conhecido como colecistite aguda. A pessoa apresenta uma dor intensa tipo cólica em baixo da costela direita, com vômitos e posteriormente febre.

Se uma pedra pequena conseguir passar para o canal da bile a pessoa pode ficar amarela e ter complicações severas.

E. COMO ESTES PROBLEMAS SÃO DETECTADOS E TRATADOS?

A ecografia ou ultrassonografia abdominal é o método de escolha para o diagnóstico.

Em alguns casos mais complexos , outros exames radiológicos são necessários.

Cálculos (pedras) de vesícula não desaparecem com o tempo . Qualquer tentativa outra que cirurgia não apresentaram qualquer sucesso. Melhoras temporárias podem ocorrer porém podem retornar com complicações.

A remoção da vesícula é o tratamento mais rápido e seguro para a colelitíase. (termo médico para denominar presença de pedra na vesícula biliar)

F. QUE TIPO DE PREPARO É NECESSÁRIO?

A noite na véspera da cirurgia a partir da meia-noite deve permanecer me jejum absoluto.

Tomar um banho à noite ou na manhã antes da cirurgia.

Se você tem problemas de obstipação crônica avise seu cirurgião.

Se você faz uso de medicações com doses diárias, converse com seu cirurgião para encontrar a melhor solução . Se faz uso de medicações anti-coagulantes ou aspirina não deixe de alertar o seu médico.

G. COMO É REALIZADA A RETIRADA DA VESÍCULA BILIAR?

O paciente é operado com anestesia geral.

Feita uma pequena incisão no umbigo onde é introduzido uma agulha para encher a cavidade abdominal de um gás especial. A intensão é criar um espaço para que a cirurgia possa ser realizada.

Ao final da cirurgia os cortes são fechados com um ou dois pontos na pele.

H. O QUE ACONTECE SE A CIRURGIA NÃO PUDER SER REALIZADA POR VIA LAPAROSCÓPICA?

Em um pequeno número de pacientes o método não é possível de ser realizado. Isto ocorre geralmente devido a dificuldades anatômicas locais inerentes do paciente ou do grau de inflamação que ocorre no local devido a doença da vesícula. Quando o cirurgião resolve converter uma cirurgia em prol da segurança do paciente, não se considera o fato como uma complicação mas sim como julgamento cirúrgico (bom senso). Fatores que podem levar a conversão da cirurgia fechada para aberta incluem obesidade excessiva , história de cirurgia abdominal prévia, sangramento de difícil contensão e outras.

I. QUANTO TEMPO VOU FICAR NO HOSPITAL?

A grande maioria dos pacientes submetido a colecistectomia videolaparoscópica não fica mais que 24 horas internado no hospital. Em alguns casos o paciente é operado no começo da manhã, podendo ser liberado na noite do mesmo dia.

J. QUANDO VOU PODER VOLTAR AO TRABALHO?

Em média poderá voltar as suas atividades plenas em 7 dias. É claro que depende do que você faz . Se você tem um trabalho que exige grande ou médio esforço , o habitual é retornar as atividades em 3 a 4 semanas.

K. É SEGURO REALIZAR A CIRURGIA POR VIA LAPAROSCÓPICA?

Os riscos da cirurgia laparoscópica é identico ao da cirurgia convencional .Sendo que no método convencional corre-se um risco maior de formação de hérnia no local do corte.

L. HÁ RISCOS NA CIRURGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA?

Apesar da cirurgia ser considerada segura , complicações podem ocorrer como em qualquer outra cirurgia.

O SEU CIRURGIÃO DEVERÁ ESCLARECÊ-LO DOS RISCOS CIRÚRGICOS E AJUDÁ-LO A DECIDIR PELA CIRURGIA MOSTRANDO QUAIS OS RISCOS DE PERMANECER COM PEDRAS NA SUA VESÍCULA.

M. O QUE ACONTECE LOGO APÓS A CIRURGIA DA VESÍCULA?

A cirurgia de vesícula é uma cirurgia abdominal e portanto um pouco de dor pós-operatória você deverá ter. Náuseas e vômitos podem ocorrer nas primeiras 12 horas.

Uma vez que a dieta líquida é bem tolerada ou não haja vômitos, o paciente poderá receber alta no dia seguinte.

Sair da cama já no pós-operatório é permitido e estimulado. Na manhã seguinte os curativos podem ser retirados e o paciente tomar banho.

Em geral a recuperação é gradual e progressiva . Voce deve sempre estar melhor no dia seguinte.

Em uma semana deve retornar para retirar os pontos.

N. DEVO AVISAR MEU MÉDICO QUANDO...

Apresentar febre constante (acima de 38oC)
Começar a ficar com a pele ou os olhos amarelos
Tiver náuses e vômitos
Sangrar a ferida operatória continuamente
Aumento da dor abdominal ou o abdomen inchar.
Tiver calafrios
Tosse persistente ou respiração curta
Dificuldade de engulir líquidos ou sólidos após o período normal de recuperação
Mostrar secreção pela ferida operatória.

Um comentário:

  1. Descobri que tenho pedra na vesicula mais so que tenho medo de operar porque tenho pressão alta corre algum risco????

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