quinta-feira, 19 de julho de 2018

Relacionando os Conceitos de Assimilação, Acomodação e Equilibração.



Assimilação, Acomodação e Equilibração

Jean Piaget revolucionou a teoria do desenvolvimento intelectual. No seu estudo a criança ou indivíduo, é visto como um “ sujeito epistêmico “ e não um sujeito individual. Piaget desenvolveu uma teoria psicobiológica que se baseia em três conceitos: assimilação, acomodação e equilibração.
Em um primeiro momento vem à assimilação de elementos do meio numa estrutura prévia do sujeito. Logo depois vem um movimento de acomodação, onde há modificações nos processos mentais em função das experiências. Dando seqüência a uma adaptação, que nada mais é que uma regulação interior entre o organismo e o meio. Nesse contexto tem-se a equilibração, que nada mais é que uma constante do organismo, onde qualquer nova aprendizagem desequilibra-o. A equilibração se expressa como um mecanismo auto-regulador, que permitirá uma nova desestabilização.
O estado de reequilíbrio ocorre após cada processo mencionado até agora. Assimilação, é um processo cognitivo pelo qual um indivíduo integra um novo dado perceptual, motor ou conceptual nas estruturas cognitivas prévias. Neste momento a criança novas experiências, ela tenta adaptar esse novo estímulo às estruturas cognitivas que já possui. Segundo Piaget, há uma integração nas estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estato precedente, ou seja, sem serem destruídas, que simplesmente há uma acomodação a nova situação. Já a Acomodação, acontece quando o indivíduo ou a criança não consegue assimilar um novo estimula, ou seja, não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova informação em função das particularidades desse novo estímulo. Neste contexto só há duas saídas: criar um novo esquema ou modificar um esquema existente, em ambos os casos se tem uma mudança na estrutura cognitiva. Para Piaget, acomodação é toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores, ou seja: do meio, aos quais se aplicam. A equilibração, de um modo geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a

assimilação e a acomodação, sendo considerada como um mecanismo auto-regulador e necessário para assegurar ao indivíduo ou à criança uma interação eficiente dela com o meio ambiente. A equilibração é necessária porque, se uma pessoa só assimilasse estímulos, acabaria com poucos esquemas cognitivos, que seriam muito amplos, e por tanto, incapaz de detectar diferenças nas coisas. O contrário também é nocivo, pois, se uma pessoa só acomodasse estímulos, acabaria com uma grande quantidade de esquemas cognitivos, porém muito pequenos, acarretando uma taxa de generalização tão baixa que a maioria das coisas seriam vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo à mesma classe. Estudos demonstram que o desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino, e vai até aos 15 ou 16 anos de idade. Sendo que a inteligência é um processo que transcorre em etapas sucessivas, de complexidade crescente. Este processo é chamado de “ construtivismo seqüencial “. O desenvolvimento das funções motora, verbal e mental está dividido em quatro estágios:
                     • Sensório-motor - de 0 até 2 anos;
                     • Pré - operatório – de 2 até 7 anos;
                     • Operatório - concreto – de 8 até 11 anos;
                     • Operatório - Formal - de 12 até 15 ou 16 anos.

Num contexto geral os conceitos de assimilação, acomodação e equilibração estão integrados em todo o processo do ensino aprendizagem. Piaget e outros pensadores da educação, já preconizavam que cabe a escola facilitar um processo de aprendizagem, que só pode ser conduzido pelo próprio aluno. A relação homem-ambiente, segundo Vygotsky, é a integração que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada esperiência pessoalmente significativa.
Todo esse contexto com relação à aprendizagem, passa e faz uso do conceito de assimilação, acomodação e equilibração.

Referência:
Cavenaghi, A. R. (2009). Uma perspectiva autodeterminada da motivação para aprender língua estrangeira no contexto escolar. Ciências & Cognição, 14 (2), 248-261.
Fundamentos da Educação 2 – Psicologia da Educação – UFRRJ/UENF – CEDERJ.
LURIA; LEONTIEV; VYGOTSKY e outros. Psicologia e Pedagogia: Bases Psicológicas da Aprendizagem e do Desenvolvimento. São Paulo: Moraes, 1991.




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