Assimilação, Acomodação e Equilibração
Jean Piaget revolucionou a
teoria do desenvolvimento intelectual. No seu estudo a criança ou indivíduo, é
visto como um “ sujeito epistêmico “ e não um sujeito individual. Piaget
desenvolveu uma teoria psicobiológica que se baseia em três conceitos:
assimilação, acomodação e equilibração.
Em um primeiro momento vem à
assimilação de elementos do meio numa estrutura prévia do sujeito. Logo depois
vem um movimento de acomodação, onde há modificações nos processos mentais em
função das experiências. Dando seqüência a uma adaptação, que nada mais é que
uma regulação interior entre o organismo e o meio. Nesse contexto tem-se a
equilibração, que nada mais é que uma constante do organismo, onde qualquer
nova aprendizagem desequilibra-o. A equilibração se expressa como um mecanismo
auto-regulador, que permitirá uma nova desestabilização.
O estado de reequilíbrio ocorre
após cada processo mencionado até agora. Assimilação, é um processo
cognitivo pelo qual um indivíduo integra um novo dado perceptual, motor ou
conceptual nas estruturas cognitivas prévias. Neste momento a criança novas
experiências, ela tenta adaptar esse novo estímulo às estruturas cognitivas que
já possui. Segundo Piaget, há uma integração nas estruturas prévias, que podem
permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria
integração, mas sem descontinuidade com o estato precedente, ou seja, sem serem
destruídas, que simplesmente há uma acomodação a nova situação. Já a Acomodação,
acontece quando o indivíduo ou a criança não consegue assimilar um novo
estimula, ou seja, não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova
informação em função das particularidades desse novo estímulo. Neste contexto
só há duas saídas: criar um novo esquema ou modificar um esquema existente, em
ambos os casos se tem uma mudança na estrutura cognitiva. Para Piaget,
acomodação é toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de
situações exteriores, ou seja: do meio, aos quais se aplicam. A equilibração,
de um modo geral, trata de um ponto de equilíbrio entre a
assimilação
e a acomodação, sendo considerada como um mecanismo auto-regulador e necessário
para assegurar ao indivíduo ou à criança uma interação eficiente dela com o
meio ambiente. A equilibração é necessária porque, se uma pessoa só assimilasse
estímulos, acabaria com poucos esquemas cognitivos, que seriam muito amplos, e
por tanto, incapaz de detectar diferenças nas coisas. O contrário também é
nocivo, pois, se uma pessoa só acomodasse estímulos, acabaria com uma grande
quantidade de esquemas cognitivos, porém muito pequenos, acarretando uma taxa
de generalização tão baixa que a maioria das coisas seriam vistas sempre como
diferentes, mesmo pertencendo à mesma classe. Estudos demonstram que o
desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino, e vai até aos
15 ou 16 anos de idade. Sendo que a inteligência é um processo que transcorre
em etapas sucessivas, de complexidade crescente. Este processo é chamado de “
construtivismo seqüencial “. O desenvolvimento das funções motora, verbal e
mental está dividido em quatro estágios:
•
• Sensório-motor
- de 0 até 2 anos;
•
• Pré -
operatório – de 2 até 7 anos;
•
• Operatório -
concreto – de 8 até 11 anos;
•
• Operatório -
Formal - de 12 até 15 ou 16 anos.
Num contexto geral os conceitos
de assimilação, acomodação e equilibração estão integrados em todo o processo
do ensino aprendizagem. Piaget e outros pensadores da educação, já preconizavam
que cabe a escola facilitar um processo de aprendizagem, que só pode ser
conduzido pelo próprio aluno. A relação homem-ambiente, segundo Vygotsky, é a
integração que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada
esperiência pessoalmente significativa.
Todo esse contexto com relação
à aprendizagem, passa e faz uso do conceito de assimilação, acomodação e
equilibração.
Referência:
Cavenaghi, A. R. (2009). Uma perspectiva autodeterminada da motivação
para aprender língua estrangeira no contexto escolar. Ciências &
Cognição, 14 (2), 248-261.
Fundamentos da Educação 2 – Psicologia da Educação – UFRRJ/UENF –
CEDERJ.
LURIA; LEONTIEV; VYGOTSKY e
outros. Psicologia e Pedagogia: Bases Psicológicas da Aprendizagem e do
Desenvolvimento. São Paulo: Moraes, 1991.
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