sábado, 30 de março de 2019

QUESTIONÁRIO : INSTRUMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE BIOQÍMICA E BIOLOGIA CELULAR


Questionário –  IEBBC

1. Como é possível conhecer as complexas reações químicas que compõem o metabolismo celular, pois, duram frações de tempos e envolvem moléculas virtualmente invisíveis ?
 Resposta:   A ciência desenvolveu aparelhos e promoveu descobertas, tais como o uso de isótopos radioativos e a espectrofotometria que permitiram a construção de muitos   conhecimentos. Mesmo enfrentando obstáculos relacionados às limitações de nossos sentidos e dos aparelhos disponíveis para a observação de coisas muito pequenas, a Bioquímica e a Biologia Celular desenvolveram, e continuam desenvolvendo, métodos de estudo que têm superado gradativamente estes obstáculos e permitido que estes campos da ciência produzam novos conhecimentos quase diariamente.
2.  Qual a importância dos modelos, da experimentação e do conhecimento científico ?
 Resposta: Graças a dados experimentais, freqüentemente expressos sob a forma de números, como as absorvâncias obtidas com o auxílio de um espectrofotômetro, pode-se construir modelos de moléculas, macromoléculas e reações químicas. Através destas mesmas técnicas associadas aos diferentes tipos de microscopia, podemos a compreender e elaborar modelos de células e das estruturas que as compõem.
      E quando falamos em modelos, estamos construindo modelos teóricos e mentais das células e de seu funcionamento a partir de dados experimentais de diversos tipos. A estrutura e o funcionamento de diversos componentes celulares são explicados com o uso de modelos que se formam através dos resultados experimentais obtidos e permitem fazer previsões que podem ser testadas posteriormente. A Bioquímica e a Biologia Celular são campos da ciência essencialmente experimentais. Assim, dependem da construção de modelos baseados em resultados de experiências rigorosas.
      Estes modelos não surgem a partir do nada e raramente as estruturas (organelas) e processos (reações químicas) em que eles ocorrem podem ser observados diretamente e em funcionamento. Podemos observar uma mitocôndria graças ao microscópio eletrônico, mas não podemos ver a respiração celular acontecendo, nem observar um gradiente de H+ . Nossa imaginação e nosso raciocínio nos permitem elaborar modelos que explicam fenômenos que escapam aos nossos sentidos. Este é o caso de muitos dos processos que acontecem no interior das células e dos seres vivos.
 As chamadas “caixa-pretas” têm sido muito utilizadas no ensino de ciências para evidenciar passos do chamado método científico ou também chamado de método hipotético dedutivo e para destacar a própria natureza experimental e o uso de modelos do conhecimento científico. Para desenvolvimento do aluno devemos desenvolver diversas atividades, diversas habilidades importantes para o ensino de Biologia, como a formulação de hipóteses e o próprio raciocínio abstrato. Ao elaborar seu modelo, o aluno adota também uma postura ativa diante do aprendizado, não permanecendo como um ouvinte ou espectador da atividade do professor. A  importância da atividade ser explicitada para o aluno, tem a função de estimulá-lo, torná-lo  participativo ao longo de todo o curso. Desta forma, é importante que as atividades seguintes desenvolvam as habilidades utilizadas aqui e estimulem a ação dos alunos durante o aprendizado objetos que os alunos podem explorar usando os sentidos (sacudindo e ouvindo os ruídos no interior, por exemplo) visando a determinar os conteúdos da caixa.

3.  Se a pesquisa enfrenta limitações no estudo da célula, e se nossas propostas de ensino buscam uma aproximação com a pesquisa, seria importante que nossos alunos compreendessem também a existência e a importância dessas limitações para a construção do conhecimento científico?
Resposta: - SIM, uma atividade pode ao mesmo tempo permitir que os alunos conheçam tanto o potencial quanto as limitações dos recursos utilizados no estudo das células. Com isso, eles perceberão também a importância da multiplicidade de recursos e abordagens necessárias no estudo experimental de qualquer problema. Com isso, estaremos retomando ao tema: os modelos e sua importância para a estruturação do conhecimento científico. E no caso das células, esse tema merece uma atenção especial.
4. Poderíamos desenvolver uma atividade em que os alunos pudessem investigar ativamente onde evidenciem quais são as principais moléculas que compõem os seres vivos, bem como algumas de suas propriedades e utilidades para os organismos e para as células que os compõem?
Resposta: - No mínimo, os alunos terão visto ou ouvido menções às biomoléculas em comerciais de produtos alimentícios, que costumam enfatizar a presença de nutrientes como vitaminas e proteínas entre os componentes dos produtos. Mas é também provável que eles tenham noções vagas, incompletas ou mesmo incorretas a respeito das biomoléculas e suas funções.

5. Qual a importância de elaborar uma prposta de atividade investigativa?
Resposta: - A idéia é que você prepare uma tabela das freqüências com que cada biomolécula apareceu na composição dos alimentos. Escolha em casa 10 alimentos industrializados que tenham em suas embalagens as tabelas com seus valores nutricionais e construa uma tabela que apresente a freqüência (em valores absolutos) com que cada componente listado nas tabelas nutricionais aparece nos 10 alimentos. A razão de a proposta ser apresentada aos seus alunos poderia ser algo como “vamos conhecer melhor aquilo que comemos e, naturalmente, aquilo de que somos feitos?” Em outras palavras, estamos tentando mostrar que o professor terá muitas vezes de lidar com a difícil tarefa de compatibilizar os conteúdos que deseja ensinar com o interesse e a realidade dos alunos. Neste caso específico, estamos assumindo que temos de estudar as biomoléculas, e, por isso, seria interessante fazê-lo estabelecendo relações entre a nossa proposta e a realidade, procurando atender ao interesse dos alunos. Estamos sugerindo que isso poderia ser feito ao propormos que o aluno conhecesse melhor a composição e as características daquilo que ele mesmo come, portanto, daquilo que ele próprio é composto. Outra opção, frequentemente usada, seria começar o estudo das biomoléculas informando esse objetivo aos alunos. Seria algo como dizer: “agora vamos conhecer melhor as moléculas que compõem os seres vivos, inclusive nós mesmos”. E em seguida passara explicação sobre estas moléculas. No nosso caso, estamos propondo realizar algumas atividades que permitiriam aos alunos, até certo ponto, descobrir quais são as biomoléculas e algumas das funções que elas exercem em nosso organismo.

6. A tabela de freqüências deve ser organizada para determinar quais são os componentes (moléculas) mais freqüentes nos alimentos. Ao fazer isto, os alunos estarão utilizando sua capacidade de síntese, pois os dados de inúmeros rótulos estarão sendo organizados em uma única tabela.
Resposta: - O valor energético dos nutrientes é determinado pela medida da quantidade de calor produzida pela completa oxidação (queima) de uma quantidade conhecida de alimento em uma bomba calorimétrica. O aparelho é completamente isolado para que não haja perda de calor, e a quantidade de calor produzida é medida pela alteração na temperatura de uma quantidade conhecida de água. 1Kcal é a quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC a temperatura de 1 Kg de água.

7. O que são Brancos ou melhor, controles e “brancos” ? 
Resposta: - Os “brancos” são aquelas condições experimentais em que não deve ocorrer reação, daí serem chamadas brancos, já que não seria detectada a cor resultante da reação. São estas condições que nos asseguram a especificidade das reações que utilizamos. Neste tipo de trabalho,  espera-se que os alunos aprendam quais são as biomoléculas predominantes no diferentes tipos de alimentos, outra bem diferente (mas não antagônica) é esperar que além disso eles desenvolvam habilidade de argumentação, de sistematização, análise e discussão de protocolos e dados experimentais. Da mesma forma, levar os alunos a entender os princípios das técnicas utilizadas na detecção de biomoléculas em misturas é uma informação a mais, que pode ser aprendida através da transmissão ou de experiências.


8.  Pode haver diversas interações para um mesmo fenômeno?
Resposta: Neste sentido, a pesquisa em educação em Ciências não é diferente das outras áreas. Apresentamos resultados experimentais ao longo desta aula para discutir a complexidade e a importância da tarefa de investigar o que os alunos sabem sobre um assunto que temos de abordar durante o ensino formal. De modo algum se podem extrapolar os dados mostrados aqui para outros contextos educacionais, sem fazer um mínimo de avaliações a respeito. Tais resultados retrataram uma situação detectada em um momento específico, através de uma metodologia.
      É claro que não é razoável esperar que você desenvolva um projeto de pesquisa completo antes de começar cada aula. Mas seria (muito) interessante que tivesse em mente a idéia de que é essencial levar em conta o que seus alunos sabem. Porque eles “não pensam saber”, mas realmente sabem. Se você deseja que o conhecimento científico interaja com os conhecimentos dele, e que em alguma medida se integre à cultura dele, é muito provável que este terá de ser um processo muito negociado. Enfim, não há por que desanimar, vendo as concepções dos alunos a respeito dos temas de Biologia apenas como dificuldades para o ensino. Elas criarão muitas oportunidades para que você se aventure e se arrisque a desenvolver maneiras diferentes de ensinar Biologia. Esta reflexão sobre seu próprio trabalho, certamente, o tornará mais motivador. Se, como temos enfatizado você se limitar a transmitir informações se a exigir sua memorização (ou mesmo sua utilização na solução de exercícios) em momentos de avaliações formais, há um risco bastante grande de que estas informações se percam ou sejam negligenciadas em relação a outras. E estas outras informações, embora cientificamente incorretas, podem ter mais significado para os alunos, em suas vidas diárias (ou mesmo escolar), do que aquelas que consideramos corretas. Talvez isso ocorra (essa é só mais uma hipótese) porque tenham sido aprendidas e utilizadas de outros modos – provavelmente mais significativos do que apenas em momentos de provas.

9.  Qual a estratégia para enriquecer uma discussão em uma sala de aula?
Resposta:  Uma estratégia para enriquecer  a discussão e permitir a formulação de um maior número de hipóteses seria a divisão da turma em pequenos grupos que trabalhariam separadamente. Em um segundo momento, cada grupo apresentaria suas hipóteses para turma, que avaliaria coletivamente todas as hipóteses propostas, ou seja, seria realizada mais uma “revisão por pares”.


      NOÇÕES BÁSICAS SOBRE UM RÓTULO DE ALIMENTOS



Base para se Montar uma tabela Nutricional

    A Tabela Nutricional é obrigatória em todos os alimentos industrializados no País.
  Para se montar uma tabela é importante se basear nas seguintes perguntas:
1)  Quais os produtos que não precisam apresentar as informações nutricionais?
    Resposta:   Segundo ANVISA, são os seguintes:   
a)      - Os produtos formados por ingredientes únicos.
Exemplo: arroz, açúcar, café, etc,...
      b)  - Os produtos fracionados na venda.
            Exemplo: queijos, presuntos, etc,...
      c)  - Frutas, legumes e vegetais comercializados in natura.
            Exemplo:  refrigerantes, congelados, etc,....
d)     - Produtos cuja superfície de embalagem tenha menos de 100 cm2.
e)      – Alimentos para consumo preparados e embalados em restaurantes e estabelecimentos comerciais.
2.   Quais os itens obrigatórios da tabela Nutricional?
    Resposta: - Primeiro é preciso apresentar a proporção de consumo, em gramas oi ml, seguido da medida caseira correspondente:
a)      um copo;
b)      uma colher de sopa;
c)      ¾ de xícara;
d)     2 unidades de torrada,  etc....

 OBSERVAÇÃO:


Medidas Caseiras   
 

 
Como a maioria das pessoas não tem balança em casa – seria difícil entender a tabela se os valores fossem baseados apenas no peso dos alimentos – ela mostra qual é a forma de medida normalmente utilizada pelo consumidor para calcular a quantidade daquele alimento. Exemplo: unidade, porção, fatia, colher, copo etc.
Esquema de uma Tabela Nutricional
     Atenção!
   “Vitaminas” e “outros Minerais“ farão parte do quadro obrigatoriamente quando for feita uma declaração de propriedades nutricionais ou outra declaração que faça referência a estes nutrientes, como: produtos vitaminados ou fontes de vitaminas.
     De maneira optativa, podem ser declarados vitaminas e minerais, quando estiverem presentes em quantidade igual ou maior a 5% da Ingestão Diária Recomendada por porca indicada no Rótulo.
Exemplo de uma Tabela Nutricional, à Grosso Modo.
 


                                       Componentes Básicos dos Rótulos de um Produto 





Conheça o que significa cada informação do rótulo dos alimentos:

Valor energético – Energia necessária pelo corpo a partir dos carboidratos, gorduras e proteínas. São as famosas calorias (kcal) que o alimento contém.

Carboidratos – Fornecem energia para as nossas células, porém, quando não utilizado, é armazenada em forma de gordura. Portanto, devemos atentar para a porcentagem do valor energético e para a quantidade de carboidratos presente nos alimentos.

Gorduras Totais – Elas ajudam na absorção das vitaminas A, D, E e K. É a soma de todos os tipos de gorduras presente no alimento.

Gordura Saturada – É a gordura de origem animal, portanto devemos evitar os alimentos com grande quantidade. 

Gordura Trans – Está presente em maior quantidade nos alimentos industrializados e é uma gordura que o organismo não necessita. Não consta na porcentagem de Valores Diários (%VD) porque não é preciso consumi-la na dieta. 

Fibra – Ajuda a diminuir o colesterol ruim e a glicemia, além de manter o bom funcionamento do intestino e emagrecer. Preferir alimentos com alto teor de fibras. 

Sódio – Devemos evitar alimentos com alto teor de sódio. Ele está presente nos alimentos industrializados e no sal de cozinha. Melhor preferir alimentos com baixo teor de sódio. 

Produtos Diet – São feitos para pessoas com condições específicas, retirando algum ingrediente ou o deixando em quantidades insignificantes. Por exemplo, comida sem açúcar para diabético, alimentos restritos em lactose para quem tem intolerância à lactose ou alimentos isentos de glúten para quem tem doença celíaca. 

Produtos Ligth – São aqueles produtos que apresentam algum nutriente ou valor energético em quantidade reduzida quando comparado a um alimento convencional. Existem valores definidos para poder considerar um alimento light. Por exemplo, o iogurte tem que ter 30% a menos de gordura para ser considerado light.

Ferro, Cálcio e Colesterol – Apesar de não serem itens obrigatórios na tabela nutricional, eles são importantes e quanto mais informação melhor.

OBSERVAÇÕES:


%VD  (  Valor Diário )

    A sigla (  %VD ), significa Valor Diário. Ela indica qual a quantidade de energia (calorias) e de nutrientes que o alimento apresenta em relação a uma dieta média de 2.000 kcal. Atenção: se encontrar uma sopa desidratada com 90% do VD de sódio, por exemplo, é sinal de que só esse produto já fornece quase o total da quantidade recomendada desse nutriente para um dia.

Valor Energético

- São as famosas calorias (kcal).
- Elas representam a energia que nosso corpo produz a partir do consumo daquela porção de alimento. Atenção: os valores energéticos também podem aparecer com outra unidade de medida, os quilojoules (kJ). Nesses casos, basta lembrar que 1 kcal corresponde a 4,2 kJ.

 É bom se cuidar e saber da necessidade da ingestão diária para se ter uma vida saudável:
Necessidades diárias: 2.000 calorias (média para um adulto saudável)