quinta-feira, 17 de outubro de 2019

QUESTÕES DE BOTÂNICA


Questão 1 
     Os organismos que obtiveram maior sucesso foram os que desenvolveram um sistema capaz de usar a luz solar, gerando a próprio alimento. Que organismos são esses? E como, quimicamente, eles geram o próprio alimento?

Resposta:    Os organismos que desenvolveram um sistema capaz de usar a luz solar e gerar a sua própria alimentação, foram os organismos autotróficos e isto se deu pela presença de clorofila. 
  Os organismos autotróficos geram seu próprio alimento a partir da fixação do dióxido de carbono ( CO2 ) do ar, utilizando a luz solar ou a energia da oxidação de substâncias orgânicas, tais como: ácidos graxos e carboidratos. 
  São ditos fotoautotróficos, quando utilizam a energia da  luz solar e quimioautotróficos, quando utilizam a oxidação de substâncias orgânicas.


Questão 2 
     Explique a capacidade de dispersão de um organismo fotossintetizante no ambiente marinho. E como evolutivamente essa dispersão se deu no ambiente terrestre.

Resposta: No ambiente marinho, a capacidade de dispersão de um organismo fotossintetizante, tais como: “ grama marinha “ e algas, está diretamente ligado a fatores ambientais, como: 
a.                  temperatura;
b.                  nutrientes;
c.                  luz;
d.                 substrato;
e.                  movimento das águas ( marés, correntes e ondas), etc.
  Neste contexto esta incluído também as características inerentes de cada espécie.
    Já no ambiente terrestre, a dispersão surgiu com o aparecimento dos vasos condutores nos vegetais, outro avanço no processo de dispersão terrestre foi a produção de sementes pelas plantas superiores. A proteção das sementes através fruto foi mais um passo importante para a evolução, fato que tornou os Angiospermas o vegetal mais bem-sucedido na face da terra.
 


Questão 3 
       Os fungos fazem parte de importantes processos industriais como a fermentação de carboidratos, fundamental para a elaboração de pães, vinhos, cervejas. Também participam da produção industrial de ácidos orgânicos e vitaminas. A partir de um fungo, o Penicillus chrysogenum, que o pesquisador Fleming descobriu a penicilina. Diante de toda essa diversidade qual a diferença entre comer um alimento embolorado ou um cogumelo tóxico?

Resposta:   Os fungos podem apresentar substâncias tóxicas, às chamadas Micotoxinas. As intoxicações podem se apresentar em dois tipos de períodos de incubação:
a.                  de longo período;
b.                  de curto período.
  As de longo períodos, são graves e muitas vezes fatais, isto se deve a problemas hepáticos e renais. Já as de curto período, onde os sintomas aparecem poucas horas depois da contaminação, são problemas digestivos, nervosos e vasculares.
     Distingue-se dois tipos de Intoxicação:
a.                  Micotoxicose;
b.                  Micetismo.
     As Micotoxicoses, são intoxicações causadas pela ingestão de alimentos que foram anteriormente invadidos por fungos ou seja: foram embolorados. Neste caso a causa da intoxicação está na toxina liberada pelo fungo, que está localizada no substrato que usamos como alimento. No caso do Micetismo, que são envenenamentos ou intoxicações causadas pela ingestão de fungos do tipo macroscópico, como os cogumelos ( cogumelos tóxicos ), utilizados isoladamente ou misturados com outros alimentos.


Questão 4  
     Quais são os compostos responsáveis pela rigidez da parede celular de células vegetais? Diferencie parede primária e secundária.

Resposta:   A parede celular, é um envoltório encontrado externamente à membrana plasmática de uma célula vegetal. Ela aparece logo no início de desenvolvimento da célula. É formada basicamente por celulose, um polissacarídeo. Nela também encontramos proteínas, lipídios, enzimas, silício, etc.
    A parede celular é rígida, constituída por moléculas de polissacarídeos unidos entre-sí, que fica inserida em uma matriz de polissacarídeos não celulósicos; hemicelulose e pectina. 
    Nas paredes celulares também são encontradas outras substâncias, entre elas, LIGNINA, proteínas e lipídios. Sendo a EXTENSINA, uma das mais importantes proteínas na estrutura da parede celular, é ela a responsável pela rigidez da parede celular. 

PAREDE CELULAR PRIMÁRIA → Células vegetais jovens apresentam uma parede celulósica fina e flexível, denominada parede primária. Ela é elástica, de modo a permitir o crescimento celular. Apresenta  uma grande quantidade de água e muitos polissacarídeos. Essa parede é geralmente disposta de forma homogênea, mas possui algumas regiões mais espessas que outras. Os locais onde ocorre menor disposição dos componentes primários são chamados de campos de pontuação. 
      Como dito acima, a parede celular primária é homogênea, sendo sua primeira camada composta por acomodações  de microfibrilas por arranjo entrelaçado. As próximas camadas são dispostas por arranjos desordenados, delimitando pela mudança de orientação das microfibrilas de celulose. A organização cortical dos microtúbulos pode determinar a orientação das microfibrilas de celulose recém-depositadas, e por sua vez, definir como a célula vai se expandir.

PAREDE CELULAR SECUNDÁRIA → Após o crescimento dá célula, quando ela  atingiu o tamanho e a forma definitiva, forma-se a parede secundária, mais espessa e rígida. A celulose que constitui a parede secundária é secretada através da membrana plasmática, e se deposita entre esta e a superfície interna da parede primária, na qual adere fortemente. A quantidade de água é inferior à da parede primária e a celulose constitui o maior componente. Às vezes também é possível encontrar LIGNINA, uma molécula que garante a rigidez à célula. Diferentemente da parede primária, a parede secundária pode apresentar-se de forma descontínua. Normalmente no local onde existe um campo de pontuação, a parede secundária não é  depositada, surgindo às pontuações.
    A parede secundária inviabiliza qualquer possibilidade de expansão ou crescimento da célula. Seu teor de água reduzido se deve à deposição de LIGNINA, que é um polímero hidrofóbico.

( Base para Resposta: Livro Texto da disciplina Botânica I – pág. 60, 61,  62 e 63 )


Questão 5 (1,0):
  Responda as seguintes questões sobre os Meristemas.

a)      Quais os principais tipos de meristemas encontrados no corpo vegetal?

Resposta:- Nas plantas são encontrados diferentes tipos de Meristemas, sendo considerados como principais, em relação à sua origem, dois tipos:
a.                  meristemas primários;
b.                  meristemas secundários.
  Os Meristemas primários se originam de células embrionárias e os meristemas secundários, se originam de células já diferenciadas. 
  Os meristemas também podem ser divididos quanto a sua localização, em meristemas:
a.                  apicais;
b.                  laterais;
c.                  intercalar;
d.                 de abscisão;
e.                  de cicatrização.
 Observação:
     Os meristemas primários são encontrados no ápice da caule (meristema apical caulinar) e da raíz ( meristema subapical radicular ). Já os meristemas secundários se desenvolvem a partir do aumento dos tecidos vasculares, os quais se originam dos meristemas primários.  

b)     Os meristemas vão originar tecidos para determinadas funções. Explique pelo menos as funções de dois tecidos de acordo com a sua localização e o meristema que o originou.

Resposta:  - A organização das plantas se dá em sistemas de tecidos e estes estão presentes em todos os órgãos vegetais, tais como: raiz, caule, folhas, flores e frutos. Fato que revela a similaridade básica dos órgãos e a continuidade do corpo vegetal. Existem  três tipos de tecidos a saber:
a.                  Sistema de Revestimento ( epiderme e periderme );
b.                  Sistema Fundamental ( parênquima, colênquima e esclerênquima);
c.                  Sistema Vascular ( xilema e floema primário e secundário ).
   Os dois tecidos escolhidos para descrição são os tecidos: de Revestimento e Vascular.
  1.  Tecido de Revestimento:  - representa o limite entre o ambiente e o ser vivo. As suas células tem como principais funções:
a.                  interrupção do movimento apoplástico;
b.                  proteção contra a intensa radiação;
c.                  proteção contra ataque de patógenos.
    As células da epiderme originam-se da camada mais externa dos ápices vegetativos, denominadas protoderme. Já a periderme é o tecido de revestimento, onde a origem secundária  substitui a epiderme em caules e raízes com crescimento secundário ou em superfícies expostas por necrose ou ferimento.

2)  Tecidos vasculares ( de condução ): - é constituído por dois tipos básicos de tecidos condutores:
a.                  O Xilema ( condutor de água e sais minerais );
b.                  O Floema ( condutor de produtos elaborados a partir da fotossíntese ).
    O Xilema é responsável pelo transporte de água e sais minerais, da raiz para as folhas, onde corre a fotossíntese. É um tecido complexo e está dividido em Xilema primário e secundário.  
   O Xilema primário origina-se no procâmbio e o Xilema secundário surge a partir do Câmbio Vascular. O Xilema é constituído por Traqueídes (Gmnspermas), elementos de vasos (Angiospermas), fibras e células parenquimáticas. 
  O Xilema secundário distingue-se do primário por estar organizado em sistema Axial e Radial.
   O Floema ( ou Líber ) tem a função de conduzir a seiva elaborada ( água e carboidratos ) e é constituída por células vivas, alongadas, com paredes transversais dotadas de poros, anucleadas. Esses tecidos percorrem a planta em todas as direções, incluindo todas as ramificações do caule levando a seiva elaborada após a fotossíntese.
   

    
Questão 6 
 A transição das algas aquáticas para os organismos fotossintetizantes de vida terrestre com grandes modificações adaptativas foi um grande progresso nas formas de organização do corpo vegetal. Assim:

a) Descreva de forma sucinta os padrões morfológicos e anatomia das algas unicelulares:

Resposta:  Algas -  organismos eucariontes, fotossintetizantes, com organização corporal simples, que vivem no mar, em lagos, em rios ou em superfícies úmidas. 
   Organismos Unicelulares: - sua morfologia é representada por uma célula ( unicelular ). Estão organizados de diversas formas. Sendo que algumas formas são imóveis e outras possuem flagelos (fitoflagelados), e apresentam certa mobilidade, não sendo capaz, de  vencer o movimento da água. Na região da extremidade anterior localiza-se os flagelos, o estigma ( organela fotorreceptora ) e o vacúolo.
     As algas unicelulares fitoplanctônicas variam morfologicamente  pelo tamanho, ausência ou presença de flagelos, arredondamento ou achatamento, etc.

b) Descreva a organização (habitat e forma de vida) das algas unicelulares:
Resposta: - É a organização mais simples dentro dos organismos fotossintetizantes. Embora muito simples, eles estão organizados em diversas formas. Na sua maioria vivem em habitat aquáticos, como: mar, lagos, lagoas, e rios, ou em superfícies úmidas. Por apresentarem uma forma diversificada, os fitoplânctons  possuem um habitat dulcícola e marinho.
     A presença da luz solar, é importante para o desenvolvimento, pois, as algas são autotróficas, isto é, são capazes de realizar a fotossíntese e sintetizar moléculas orgânicas (alimentos) a partir de substâncias inorgânicas e da energia da luz solar.
      
c) Cite um exemplo de espécie tóxica e qual fenômeno ela pode gerar ao meio ambiente.
Resposta:-   Pirrófitas ( Dinoflagelados - Algas Vermelhas ) 
      A sua proliferação excessiva provoca o fenômeno chamado Maré Vermelha, que ocorre naturalmente  ou por lançamento de esgotos na água do mar. Essas algas liberam substâncias tóxicas que podem afetar os seres vivos que habitam a água e até mesmo os banhistas nas praias.
       Na água as Pirrófitas quando encontram as condições favoráveis para a sua reprodução (dejetos de produtos químicos de indústrias, esgotos não tratados, etc.). As algas se reproduzem de tal forma na superfície da água que podem impedir a passagem da luz para as camadas mais profundas, dessa forma as algas que vivem nas profundidades não podem fazer a fotossíntese e acabam morrendo, apodrecendo, acumulando no fundo e liberando substâncias tóxicas. Com isso, acaba matando animais como os peixes, e os corpos ficam boiando na superfície.


Questão 7
    Numa saída de campo, os alunos fizeram uma saída de campo e coletaram diferentes representantes das briófitas e das plantas vasculares sem sementes:
1 - musgos
2 - licopódios
3 - samambaias
No laboratório, os alunos tiveram de classificar esses vegetais pelas características avasculares, vasculares sem sementes e vasculares com sementes. Assinale a alternativa CORRETA dessa classificação.

A (  X   ). 1 avasculares; 2 e 3 vasculares sem semente;
B (     ). 1, 2 e 3 avasculares;
C (     ). 1 e 3 avasculares; 2 vasculares sem semente;
D.(     ). 1 e 2 avasculares; 3 vasculares sem semente;

RESPOSTA :   LETRA  ( A ) : 1 avasculares; 2 e 3 vasculares sem semente;


Questão 8
      Quais são os tecidos que constituem o sistema fundamental? Como eles surgem durante o desenvolvimento do vegetal? E quais funções são atribuídas a eles?

Resposta:    O sistema fundamental é composto principalmente de três tecidos:
a.                  Parênquima;
b.                  Colênquima;
c.                  Esclerênquima.
1. Parênquima: -  Surge a partir do crescimento e da diferenciação das células do Meristema Primário e Secundário. Está presente em todas as regiões da planta. É um tecido pouco especializado que forma a parte interior e muitos órgãos das plantas vasculares. Apresenta propriedades Plásticas. O parênquima está relacionado com a fotossíntese, à reserva de várias substâncias, à cicatrização e a origem de estruturas adventícias.
   Funções do Parênquima:  
a.                  Preenchimento;
b.                  Armazenamento;
c.                  Reserva.
2. Colênquima: - Surge a partir do crescimento e da diferenciação das células do Meristema Primário. É o tecido especializado na sustentação dos vegetais, ricos em celulose. Localiza-se na região periférica, apresenta parede celular espessa, irregular. Apresenta propriedades plásticas.
   Função do Colênquima:
a.                  Sustentação;
b.                  Proteção.
3. Esclerênquima: - Surge a partir do crescimento e da diferenciação das células do Meristema Primário e Secundário. A localização é de larga distribuição e é formado por protoplasma morto. Apresenta parede celular espessa, secundária e lignificada. Tem propriedade elástica.
   Função do Esclerênquima:
a.                  Sustentação;
b.                  Proteção.



Questão 9
  Quais são os tipos celulares do colênquima? E explique como são classificados?

Resposta: -  Os tipos celulares de colênquima encontrado nos vegetais, são classificados quanto à forma de deposição do espaçamento na parede celular, em:
a.                 Colênquima  Angular;
b.                 Colênquima  Lacunar;
c.                 Colênquima  Lamelar;
d.                Colênquima Anular ou Anelar.
   Observação:
  • Alguns autores  incluem também nesta classificação o Colênquima Radial.
  • Devido sua flexibilidade e a capacidade de alongar-se o Colênquima se adapta a sustentação das folhas e caules que estão em fase de crescimento.
  1. Colênquima Angular - apresenta espessamento por todos os ângulos da célula. É o mais comum, suas paredes celulares apresentam maior espaçamento no encontro das três ou mais células. Longitudinalmente observa-se os espaçamentos irregulares. Exemplos: - espaçamento do pecíolo de Begônia, no caule de Figueira e de Abóbora.
  2. Colênquima Lacunar - espessamento nas parede próximas  ao espaço intercelular. O espessamento parietal é mais pronunciado na porção voltada para o espaço intercelular. Exemplo: - comum no caule de Asteraceae. 
  3. Colênquima Lamelar -  nas bordas das células há maiores espessamentos tangenciais. É identificado nas paredes periclinais internas e externas das células. Exemplo: - caule de Sambucus nigra.
  4. Colênquima Anular ou Anelar -  por toda a borda da célula apresenta um espessamento parietal uniforme. Num corte transversal, observa-se espessamento envolvendo toda célula. Exemplo: - no pecíolo de Datura insiguínis e no bordo de Psychotria velloziana.

Observação: 
. Colênquima Radial - células alongadas e paralelas, alongadas radialmente.



Questão 10
       O esclerênquima é composto por dois tipos celulares: esclereides e fibras. Com relação aos esclereides cite os tipos e explique como são classificados:

Resposta: - O esclerênquima apresenta uma grande variedade de formas e tamanhos celulares, mas dois tipos gerais podem ser reconhecidos:
a.                  as esclereídes ou esclereídeo;
b.                  as fibras.
     Tipos de células as esclereídes ou esclereídeo:
a.                   Braquiesclerídes ou Células Pétreas; 
b.                  Astroesclereídes;
c.                  Osteoesclereídes;
d.                 Macroesclereídes;
e.                  Tricoesclereídes;
f.                   Esclereídes Difuso;
g.                  Esclereídes Terminais.
Para a sua classificação, utiliza-se a forma apresentada pelas esclereídes. Estas formas são variadas e têm sido de grande utilidade no contexto da sua classificação. São elas:
1.      Braquiesclerídes ou Células Pétreas - são isodiamétricas e aparecem agregadas, ocorrendo por exemplo: na polpa da Pêra e no Marmelo, onde aparecem em grupos entre as células parenquimáticas;
2.      Astroesclereídes - células ramificadas, com a forma de uma estrela, e as ramificações partindo de um ponto mais ou menos central, como se vê nas folhas de Nymphaea sp (lírio d'água);
3.      Osteoesclereídes - apresenta-se em forma de osso, são esclereídes alongadas, com as extremidades alargadas, lembrando a forma de um osso. Como exemplo temos as esclereídes da epiderme da semente das leguminosas;
4.      Macroesclereídes - células alongadas em forma de coluna que podem ser ramificadas ou não. Com exemplos, temos as esclereídes presentes no envoltório externo das sementes das leguminosas, por exemplo, em ervilha e feijão;
5.      Tricoesclereídes - esclereídes alongadas, semelhante a tricomas, ramificados ou não, quando ramificado, as ramificações estende-se ao interior de espaços intercelulares, como vistas nas folhas de Musa sp (bananeira); 
6.      Esclereídes Difuso - aparecem dispersos no mesofilo foliar;
7.      Esclereídes Terminais - surgem confinados no final de pequenas veias.




Bibliografia:
HENRIQUE, A.B. (org.). Botânica I. 3. ed. atual. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2005. 243 p. v. 1.
CUTTER, E.G. 1986. Anatomia Vegetal. Parte I - Células e Tecidos. 2ª ed. Roca. São Paulo.
APEZZATO-DA-GLÓRIA, B. & Carmello-Guerreiro, S.M. 2003. Anatomia vegetal. UFV. Viçosa. 438p.

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