Mostrando postagens com marcador FEBRE AMARELA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador FEBRE AMARELA. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 15 de abril de 2011

DÚVIDAS SOBRE DUPLA DOSE DE VACINA DE FEBRE AMARELA

CASOS DE DUPLA VACINA DE FEBRE AMARELA



O médico infectologista do Ambulatório de Medicina do Viajante da Unifesp, Gustavo Johanson, disse em entrevista ao Conversa Afiada, que é arriscado tomar a vacina contra febre amarela mais de uma vez.

Gustavo Johanson - "Se a vacina foi dada num período curto – e nós estamos falando de dias – aí sim a pessoa corre um maior risco de sofrer com os efeitos adversos da vacina... um deles é a anafilaxia, o choque anafilático, a pessoa tem dificuldade respiratória, a pressão cai e se não for tratado em ambiente hospitalar rapidamente a pessoa pode, inclusive, evoluir para a morte", disse Johanson.

Outro efeito adverso que pode ser causado pela duplicidade de vacina, segundo Gustavo Johanson, é a encefalite, que é a inflamação do cérebro. Segundo ele, esse é um caso que ocorre mais raramente.

Nós sabemos que a proteção da vacina vale por dez anos. Portanto, antes de dez anos não há necessidade nenhuma de se tomar.


E agora, em referência à sua pergunta, nós temos que fazer algumas considerações. Se essas duas tomadas de vacina foram em períodos curtos, médios ou longos. Nós sabemos que se a pessoa tomou duas vezes a vacina, mas com período de anos entre uma e outra, mesmo que seja menos do que dez anos, nós sabemos que não há um grande problema nisso. Obviamente que não está indicado, não há necessidade, mas em termos da saúde da pessoa, isso não vai acarretar num maior risco de doença ou efeitos adversos da vacina. Agora, se a vacina foi dada por um período curto, e aí nós estamos falando de dias, meses, aí sim, realmente a pessoa corre o maior risco de sofrer com os efeitos adversos da vacina. Então, temos que fazer essa distinção entre o tempo de tomada da vacina.

Conversa Afiada – Ou quem já tomou a vacina no período de dez anos.

Gustavo Johanson – Quem vai viajar para essas áreas, mas já tomou a vacina e dentro do período de dez anos, não há necessidade de repetir a dose, não é esperado um reforço da imunidade, a imunidade está boa, antes de dez anos a gente considera que a pessoa está imune e protegida totalmente contra a febre amarela.

Fonte da Pesquisa : http://vozdissonante.livejournal.com/19899.html

Vacina da Febre Amarela

Perguntas e Respostas




1 - Pode haver problema se a pessoa tomar a vacina e logo depois ingerir álcool ?

Não. Não há problema de associação de álcool com a vacina.

2 - Quem toma a vacina pode tomar qualquer tipo de medicamento depois. E se tomar remédio controlado? Tem alguma restrição. E os remédios que contem ácido acetilsalicílico , tipo as e aspirina?

Não há nenhum problema de interação medicamentosa entre a vacina e outros medicamentos, qualquer que seja o medicamento.

3 - É preciso evitar fazer movimentos bruscos com o braço depois da vacinação?

Não deve haver nenhuma preocupação com movimentação brusca após a vacinação.

4 - Uma pessoa sabe que há oito anos ela tomou algumas vacinas, mas não se lembra se entre elas está a de febre amarela. Ela pode se vacinar novamente?

Na dúvida, a recomendação é para se vacinar.

5 - Que tipo de reação a vacina pode provocar? Dor de cabeça, mal estar, ou outras?

Pode haver reações no local da injeção, com febre e mal estar. Mas esses efeitos são raros.

6 - A partir de quantos meses um bebê pode se vacinar?

O bebê pode ser vacinado a partir dos seis meses de idade, quando a criança reside em uma área em que há morte de macacos com suspeita de febre amarela e na área em que há casos de febre amarela silvestre. Mas fora dessas situações, o calendário de vacinações indica a partir de nove meses de idade.

7 - A doença se chama febre amarela por que quem a contrai fica obrigatoriamente com icterícia?

A icterícia é uma coloração amarelada que aparece na pele e nos olhos, que é uma característica da doença. Mas temos que lembrar que existem formas muito leves da doença que não chegam a formar a icterícia. Já a febre sim, essa acontece em todas as situações .

8 - A vacina não pode ser tomada por pessoas com baixa imunidade. Isso quer dizer que quem esteve doente há pouco tempo não pode tomar?

A vacina não é recomendável para pessoas que estão com baixa imunidade. Para quem esteve doente, depende de avaliação médica.

9 - E como avaliar quem tem ou não baixa imunidade? O que acontece se uma pessoa com baixa imunidade tomar a vacina?

Imunidade é quando a pessoa cuja defesa do organismo está em baixa. Mas geralmente as pessoas têm diagnostico por parte dos médicos que a acompanham. São aquelas pessoas que estão em tratamento de câncer, por exemplo, que estão tomando drogas imunosupressoras como corticóides com dosagens elevadas, algumas situações de portadores de HIV em que estejam com imunosupressão.

10 - Gestante pode tomar a vacina?

Não, há contra indicação para a vacinação em gestante.

11 - Quem está tentando engravidar pode tomar a vacina?

Não sendo indicada a vacina para gestantes, quem está tentando engravidar já pode estar grávida e, assim, não pode tomar a vacina nesse período.

12 - Existe alguma relação entre o retorno da febre amarela com o aquecimento global?
O aumento de temperatura e uma maior freqüência de chuvas não podem acelerar o processo de reprodução do mosquito e provocar epizootias?

Nesse momento, não se pode culpar o aquecimento global pelo que está acontecendo no Brasil. Mas, quando há aumento de temperatura, aumenta consequentemente a quantidade de chuvas e isso tem influência no aumento da população dos mosquitos , que são os vetores da doença.

13 - Existe algum cuidado específico que uma pessoa imunizada há menos de 10 dias precisa tomar para não se contaminar?

Não. A vacina assegura 100%% de imunização, após o décimo dia de aplicação. E essa proteção dura 10 anos.

14 - Retornando de um município em estado de alerta, a pessoa deve ficar atenta a quais sintomas?

Se ela não está vacinada é preciso verificar se aparece febre, dor de cabeça, dor no corpo, dor abdominal. Nessa situação, procurar um serviço de saúde.

15 - Em quanto tempo sai o resultado de um exame para a identificação do vírus no sangue?

Esse exame é muito especifico e complexo, leva no mínimo 15 dias por conta da técnica que é usada para o isolamento do vírus. Mas tem um outro exame que é a sorologia, e esse é rápido, ficando pronto em 48 horas.

16 - A doença passa de pessoa para pessoa?

Não. Não existe transmissão de pessoa a pessoa. A doença é sempre transmitida pelo mosquito contaminado.

17 - Faltando dois meses para vencer a vacina, a pessoa deve tomá-la novamente? A imunização é 100% garantida no período de 10 anos ou a eficácia da vacina diminui na medida em que o tempo vai passando?

A vacina tem cobertura total de 10 anos. Mas não há problema em repetir a vacina caso faltem dois meses para vencer os 10 anos.

18 - Existe a necessidade de algum jejum (de comida ou mesmo bebida alcoólica) para tomar a vacina?

Não há qualquer recomendação nesse sentido.

19 - A vacina provoca reações adversas?

Sim, qualquer medicamento pode provocar reações adversas. A vacina pode provocar dor de cabeça, febre e mal estar em algumas pessoas.

20 - Se a pessoa perdeu o cartão de vacinação, ela pode ir ao posto se vacinar?

Sim.

21 - Os hospitais também estão vacinando?

Depende da organização dos serviços em cada município e em cada cidade. Em alguns hospitais há salas de vacinas. Mas geralmente as salas de vacinas estão nas unidades básicas de saúde da família.

22 - Há algum tipo de doença (hipertensão, diabetes, ou outra) que restringe a vacinação?

Nessas condições citadas não existem contra-indicações para a vacinação.

23 - Além do Aedes aegypti, outro mosquito transmite a febre amarela? Ele também se reproduz da mesma forma que o da dengue, ou seja, em água parada? Como podemos prevenir a reprodução do mosquito?

O aedes aegypti é o transmissor da febre amarela nas cidades. Mas a febre amarela que temos hoje no Brasil é a de transmissão silvestre, transmitidas pelos vetores silvestres chamados haemagogus e sabethes. Prevenir esse mosquito é impossível porque faz parte da natureza e são seres silvestres. A reprodução desses mosquitos está mais ligada ao ambiente silvestre.

24 - Qual é a chance, em porcentagem, de uma pessoa contaminada morrer?

A chance é muito elevada se a gente considerar as formas graves da doença, que pode chegar até 100%. Mas se a gente considerar que a febre amarela tem varias formas de apresentação clinica, esse índice se reduz, essa letalidade se reduz a uns 10%. Nos últimos 10 anos, a letalidade foi de 46%.

25 - O que devem fazer as pessoas que não podem se vacinar (grávidas, alergia a ovo etc)?

Procurar orientação médica. Em caso de não ter como evitar a permanência em áreas silvestres, a pessoa deve reforçar o uso de repelentes.

26 - Nesta época do ano, muitos brasilienses ainda estão viajando e ainda não retornaram para o trabalho e para o início do ano letivo em Brasília. Dado o período de imunização ser de dez dias após a vacinação, estas pessoas devem se vacinar nas cidades em que se encontram, antes de voltarem a Brasília? É fácil conseguir a vacina em outros estados?

Se estiverem em área silvestre consideradas de risco,devem tomar a vacina e as precauções necessárias para evitar a doença.

27 - Como fica a situação das famílias que estão viajando com bebês que têm entre seis meses e um ano? Nacionalmente, é recomendada a vacinação contra febre amarela a partir de um ano de idade. Mas, no DF, este limite foi antecipado para seis meses. Os bebês que tem entre seis meses e um ano e estão viajando poderão ser vacinados fora do DF?

Depende da região em que essa criança se encontra. Se ela está em região em que a indicação é a vacinação a partir de seis meses, como em Goiás e DF, então ela deve vacinar a partir dos seis meses de idade.

28 - Recém-nascidos também podem tomar a vacina de febre amarela?

Não, Apenas a partir dos seis meses de idade nas áreas de risco e onde há indicação de antecipar a idade vacinal.

29 - Pessoas que farão viagens internacionais e não tomaram vacina antecipadamente podem ser impedidas de viajar por não estar em dia com a vacina?

Sim. Se o país para o qual ele se dirige exige a vacinação. Nem todos exigem essa vacinação. A publicação é feita anualmente na pagina da OMS e também na Anvisa. Nem todos os países exigem, mas se você não está com a vacina em dia, você corre o risco de voltar sim.

30 - Como se caracteriza uma epidemia de febre amarela? Quantas pessoas com a doença precisam ser identificadas?

A epidemia não se restringe a uma área. Considera-se epidemia quando a doença atinge uma grande parte de municípios, de um estado, outras áreas territoriais e às vezes até de outros estados.

Fonte:
Assessoria de Comunicação Social/Divisão de Imprensa - Ministério da Saúde
Telefone: 61 3315-3507

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DENGUE OU chikungunya

O Verão esta chegando e com êle as

Doenças



Agronôma que viajou à Índia é uma das pessoas que contraíram novo vírus do mosquito da dengue

Uma moradora de Tanabi, em São Paulo, apresentou sintomas de um novo vírus transmitido pelo mosquito da dengue. Inni Márcia Nissida foi para a Índia a trabalho e antes de voltar ao Brasil começou a sentir fortes dores nas articulações. A agrônoma, de 25 anos, foi atendida em São Paulo e descobriu que estava com um novo vírus transmitido pelo mosquito aedes aegypti.

O vírus recebeu o nome de Chikungunya e foi descoberto na Tanzânia.

Em todo o Brasil, três pessoas foram infectadas: além de Tanabi, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro.

De acordo com o Ministério da Saúde, os três pacientes contraíram a doença na Índia e na Indonésia.


Os sintomas são:

a. febre alta,

b. dores de cabeça,

c. dores nas articulações.


O contágio pode ocorrer em até 5 dias, mas as dores podem permanecer por até seis meses.

Para impedir que outras pessoas contraíssem a doença, a vigilância epidemiológica de Tanabi (SP) fez uma varredura pra eliminar larvas do vírus aedes aegipty em nove bairros em volta da casa da paciente.


Observação:


Chikungunya

Chikungunya (CHIKV) é um arbovírus, do gênero Alphavirus (Togaviridae), que é transmitido aos seres humanos por mosquitos do gênero Aedes. Até recentemente havia sido detectado somente na África, onde estava restrito a um ciclo silvestre (Jupp & Kemp 1996, Diallo et al. 1999), e na Ásia e na Índia onde sua transmissão era principalmente urbana, envolvendo os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus. Casos da doença causada pelo vírus, a Febre Chikungunya, foram detectados no Brasil pela primeira vez em Agosto de 2010. O período de incubação do vírus é de 4 a 7 dias, e a doença, na maioria dos casos, é auto-limitante. A mortalidade em menores de um ano é de 0,4%, podendo ser mais elevada em indivíduos com patologias associadas. O nome Chikungunya, que significa "aqueles que se dobram", tem origem no Swahili, um dos idiomas oficiais da Tanzânia, onde foi documentada a primeira epidemia da doença, em 1953, e refere-se à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas dores articulares e musculares, característica da doença.


Onde foi detectado o vírus

Há casos da Febre Chikungunya relatados na:

a. Tailândia (em 1953),

b. Indonésia,

c. Taiwan,

d. Cingapura,

e. Malásia,

f. Sri Lanka,

g. Ilhas Maldivas,

h. Quênia (em 2004),

i. Comores (em 2005),

j. Mayotte,

k. Ilhas Seychelles,

l. Maurícias,

m. Reunião (2005-2006),

n. Índia (2006),


E, em menor intensidade, na:

1. Itália,

2. Martinica,

3. Guadalupe,

4. Guiana Francesa,

5. Estados Unidos

6. Brasil (em 2010).


Os casos confirmados no Brasil referem-se a dois pacientes do sexo masculino (de 41 e 55 anos, em São Paulo) que apresentaram os sintomas depois de uma viagem para Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia.


Um surto de CHIKV foi relatado em 2006 em Andhra Pradesh (India), mesma época em que casos alóctones foram relatados em diversos países europeus. A existência de grandes cidades densamente povoadas onde existam os insetos vetores da doença, bem como o aumento do número de viagens entre países e intercontinentais facilitam sobremaneira a disseminação do vírus.


Vetores e transmissão

A transmissão do vírus Chikungunya (CHIKV) é feita através da picada de insetos-vetores do gênero Aedes, principalmente pelo Aedes aegypti. O Aedes albopictus, à parte a sua predileção pelo ambiente silvestre, também é considerado vetor da doença. Embora a transmissão direta entre humanos não esteja demonstrada, há de se considerar a possibilidade da transmissão in utero da mãe para o feto.


Principais sintomas



Os sintomas da Febre Chikungunya são característicos de uma virose, e portanto, inespecíficos. Os sintomas iniciais são:

a. febre acima de 39º, de início repentino,

b. dores intensas nas articulações de pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos,

c. dores de cabeça,

d. dores musculares,

e. manchas vermelhas na pele.


O diagnóstico diferencial com a Febre Hemorrágica da Dengue é extremamente importante, razão pela qual, ao aparecimento dos sintomas é fundamental buscar socorro médico. É interessante ressaltar que, diferentemente da Dengue, por exemplo, doença viral transmitida pelos mesmo vetores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses e 1 ano. “Há casos de pacientes que não conseguem escrever”.


Tratamento


O tratamento é similar ao da dengue, com o uso de paracetamol, antiinflamatórios e até corticoides. O Ministério da Saúde aconselha a quem for viajar para África e sudeste da Ásia adotar medidas de prevenção, como uso de repelentes e mosquiteiros.


Período de Incubação


O vírus que causa a chikungunya tem período de incubação de 3 a 7 dias.


OBS:

Foram registrados surtos da doença, em 2004, no sudeste asiático e, em 2006, na Índia, onde foram infectadas 1,3 milhão de pessoas, sem nenhuma morte registrada.


Febre de chikungunya começa a ser monitorada no Brasil

O Ministério da Saúde anunciou nesta semana , o início da vigilância e do controle no Brasil dessa doença.

O monitoramento se faz necessário pois nos meses de agosto, outubro e setembro, os primeiros três casos da febre foram registrados no Brasil. Dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro, todos em pacientes que foram infectados em países da Ásia (Índia e Indonésia).

O coordenador do Programa de Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, afirmou que não há circulação do vírus nas Américas. A circulação é verificada apenas em países da África e do sudeste asiático. Originária da África, a doença só é transmitida pelo mosquito e registra baixos índices de letalidade (menos de 1%).

De acordo com o governo, após identificados os casos no Brasil, foram tomadas medidas de prevenção e combate ao mosquito da dengue. Segundo o coordenador do Ministério da Saúde, a vigilância foi intensificada e estão sendo fornecidas informações às sociedades médicas e à rede pública de saúde. Essas ações de combate utilizam a estrutura de controle da dengue que já existe no país.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

EFEITOS ADVERSOS - FEBRE-AMARELA

EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO CONTRA FEBRE AMARELA


O único meio de prevenir a ocorrência de casos em humanos é por meio da vacina, cuja meta de vacinação é atingir 100% da população em todos os municípios das regiões endêmicas, de transição e de risco potencial para a doença.

A vacina contra febre amarela é altamente imunogênica (confere imunidade em 95% a 99% dos vacinados), bem tolerada e raramente associada com eventos adversos graves.

A vacina é recomendada a partir dos 9 meses de idade para residentes ou visitantes de áreas endêmicas, áreas de transição e áreas de risco potencial definidas nos calendários básicos de vacinação. A revacinação é indicada a cada 10 anos.

Além do uso na rotina de imunizações em unidades básicas de saúde e em unidades da Vigilância Sanitária, a vacina tem sido usada em campanhas de imunização em massa para conter surtos epidêmicos.
As taxas acima baseadas em notificações espontâneas que provavelmente distorcem a freqüência de ocorrência de eventos adversos, ora subestimando ora superestimando.

Em campanhas de imunização em massa a freqüência de notificações de EAPV associadas à vacina contra febre amarela tem sido maior do que na rotina, particularmente em áreas onde a vacina não era realizada anteriormente. Inúmeros relatos ao PNI e ao produtor da vacina contra febre amarela têm revelado que eventos adversos podem ser decorrentes de problemas técnicos, tais como superdosagem e vacinação de crianças com menos de seis meses de idade, que podem expor os vacinados a um risco maior de eventos adversos.


Composição

A vacina contra a febre amarela é constituída de vírus vivos atenuados, derivados da linhagem 17D, cultivados em ovos embrionados de galinha. No Brasil, utiliza-se a vacina produzida na Fundação Oswaldo Cruz - Bio-Manguinhos, cuja composição inclui vírus vivos atenuados da subcepa 17DD, sacarose, glutamato, sorbitol, gelatina bovina, eritromicina e kanamicina.



Precauções e contra-indicações gerais


Contra-indicações:

• A vacina contra febre amarela é contra-indicada em crianças com menos de 6 meses de idade;

• imunodepressão transitória ou permanente, induzida por doenças (neoplasias, AIDS e infecção pelo HIV com comprometimento da imunidade) ou pelo tratamento (drogas imunossupressoras acima de 2mg/kg/dia para crianças ou de 20 mg/dia para adulto, por mais de 2 semanas, radioterapia etc.);

• Gestação em qualquer fase constitui contra-indicação relativa a ser analisada para cada caso na vigência de surtos;

• Reações anafiláticas relacionadas a ovo de galinha e seus derivados ou a outras substâncias presentes na vacina (ver composição) constituem contra-indicação para a vacina contra febre amarela.
Precaução

• Nos casos de doenças agudas febris moderadas ou graves recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença.
• Indivíduos soropositivos para HIV, em regiões de médio e alto risco para Febre Amarela, devem ter sua vacinação avaliada levando-se em conta sua contagem de CD4.



Eventos adversos (Quadro 1)


1. Manifestações locais

A vacina contra a febre amarela é administrada pela via subcutânea e a manifestação mais freqüentemente referida é a dor no local de aplicação (aproximadamente 4% em adultos, e um pouco menos em crianças pequenas), de curta duração (primeiro e segundo dias depois da aplicação), autolimitada e de intensidade leve ou moderada.

1.1. Notificação e investigação

Notificar e investigar os casos com abscessos ou outras reações locais muito intensas tais como edema e/ou vermelhidão extensos, linfadenopatia, limitação de movimentos acentuada e duradoura do membro em que foi injetada da vacina. Notificar também freqüência aumentada (“surtos”) de reações locais, e promover a investigação de associação com erros de técnica ou com lote vacinal.
Nos casos de desvios importantes nas técnicas de aplicação, por exemplo, aplicação intramuscular, superdosagem etc., providenciar o acompanhamento médico do vacinado para detecção precoce de eventos adversos e pronta intervenção.

1.2. Conduta

a) Tratamento sintomático ou específico segundo indicação do caso.
b) Não há contra-indicação para doses subseqüentes.


2. Manifestações sistêmicas

2.1. Manifestações Gerais

Manifestações sistêmicas têm sido relatadas com freqüência variável dependendo do tipo de observação. Em adultos primovacinados acompanhados ativamente nos 30 primeiros dias após vacinação, e comparados com grupo placebo, a freqüência de qualquer sinal ou sintoma atribuível à vacina foi de 6%, correspondendo a aproximadamente 30% dos eventos em vacinados. Sendo assim, a maior parte dos eventos adversos em vacinados não foram causados pela vacina. Em indivíduos re-vacinados, a freqüência de eventos adversos atribuíveis à vacina foi inferior a 1%. A freqüência atribuível à vacina, de eventos adversos que levaram a busca por atendimento médico ou a interrupção das atividades de trabalho e lazer foi de aproximadamente 3%. Não é possível distinguir, a não ser em situações raras e especiais, os sinais e sintomas causados pela vacina e aqueles causados por outros problemas coincidentes.
Febre, cefaléia e mialgia têm sido os eventos mais freqüentemente relatados após a vacinação contra febre amarela, mas constituem também sintomas de diversas doenças freqüentes na população. A combinação dos três sintomas foi atribuível à vacina contra febre amarela em aproximadamente 4% dos primovacinados. Os sintomas tiveram início nos primeiros dias após a vacinação durando de 1 a 3 dias na maior parte dos casos. Nos re-vacinados, menos de 2% das pessoas relataram esta combinação de sintomas atribuível à vacina.
Alguns estudos publicados registraram aumento limitado e reversível de enzimas hepáticas nas duas primeiras semanas de vacinação, sem manifestações clínicas. Dados de estudo controlado com placebo não confirmaram a hipótese de que a vacina induz formas leves de dano hepático.


2.1.1. Notificação e investigação

Estes eventos sistêmicos não graves devem ser notificados e investigados se detectados acima do percentual esperado (“surto”). Nos casos de desvios importantes nas técnicas de aplicação, como superdosagem por erro de diluição, providenciar o acompanhamento do vacinado para detecção de possíveis eventos adversos.

2.1.2. Conduta

a) Medicamentos sintomáticos e observação.
b) Não há contra-indicação para doses subseqüentes.


2.2. Reações de hipersensibilidade

Foram relatados raros casos de erupção cutânea, urticária, asma e reações anafiláticas, inclusive com choque, surgindo após a aplicação da vacina contra a febre amarela. A taxa de incidência por milhão de doses aplicadas no SI-EAPV, no período 2001-2003 foi de 1,9 reações (hipersensibilidade de todos os tipos) e 0,2 choque anafilático. Em estudos de pós-comercialização a taxa de reações de hipersensibilidade foi de 7,7 por milhão de vacinados. Embora, ocorrendo geralmente em pessoas com história de alergia a proteínas do ovo, outros componentes também podem deflagrar reações de hipersensibilidade.
A vacina contra a febre amarela é cultivada em ovos embrionados de galinha e o seu uso na rotina dos centros de saúde está contra-indicado em pessoas com história de reação anafilática (reação de hipersensibilidade imediata), que ocorre habitualmente na primeira hora após a exposição ao alérgeno (ingestão de ovo), constituída de uma ou mais das seguintes manifestações: urticária, sibilos, laringoespasmo, edema de lábios, hipotensão e, eventualmente, choque.
História de hipersensibilidade a ovo de galinha e seus derivados pode constituir indicação de aplicação da vacina nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) ou hospitais ou serviços de emergência com recursos materiais e humanos para lidar com reações de hipersensibilidade, considerando situações de risco elevado de febre amarela.


2.2.1. Notificação e investigação


Notificar e investigar todos os casos.


2.2.2. Conduta

a) Tratamento sintomático (V. Anexo 1).
b) Há contra-indicação para doses subseqüentes.


2.3. Manifestações neurológicas

O mais grave dos eventos adversos neurotrópicos associados à vacina contra febre amarela é a encefalite, caracterizada por febre e manifestações neurológicas variadas (meningismo, convulsão, paresia) associadas a alterações liquóricas e iniciadas 7 a 21 dias após a vacinação. Os casos habitualmente evoluem para cura sem seqüelas e a incidência parece ser maior no sexo masculino. Casos de encefalite após aplicação da vacina contra febre amarela da subcepa de vírus 17D eram registrados em lactentes, principalmente na África, com freqüência de até 4 por mil até a década de 1950 quando não haviam restrições à idade de vacinação. Mais recentemente, a frequência estimada de encefalite pós-vacinal durante campanhas vacinais foi de 5,8 por milhão no Quênia, enquanto na Costa do Marfim não foram observados casos após 2,6 milhão de doses em indivíduos com mais de 9 meses de idade. Nos EUA, a frequência de eventos neurotrópicos (encefalite, síndrome de Guillain-Barré e doença auto-imune com envolvimento de sistema nervoso central ou periférico) baseado em dados de vigilância passiva no período de 1990 e 2002 foi estimada em 4 por milhão de doses distribuídas.
Nos Estados Unidos, onde somente a subcepa 17D é utilizada e a idade mínima de vacinação é de 9 meses, mais de 34 milhões de pessoas já foram vacinadas, e somente dois casos de encefalite foram associados à vacina contra a febre amarela.


No Brasil, onde se preconiza a vacinação a partir de nove meses de idade, apenas 1 caso de encefalite foi notificado ao SI-EAPV no triênio 2001-2003 (22,8 milhões de doses aplicadas). Quatro casos de meningite asséptica também foram notificados no mesmo período, e surtos da doença foram temporalmente associados a campanhas de vacinação em massa, mas a investigação não demonstrou associação causal.
Há também relatos de outras manifestações neurológicas, como síndrome de Guillain-Barré, ataxia, paralisia de Bell e mononeurite, sem evidências de associação causal.


2.3.1. Notificação e investigação

Notificar e investigar todos os casos. As notificações podem chegar através do sistema de vigilância das meningites, devendo ser investigados caso haja associação temporal com vacinação contra febre amarela.

2.3.2. Conduta

a) Tratamento especializado da meningoencefalite.
b) A investigação clínica e laboratorial nesses casos é imperiosa e fundamental para elucidação do diagnóstico etiológico.
c) Há contra-indicação para doses subseqüentes.


2.4. Doença Viscerotrópica Aguda (DVA)

Nos últimos seis anos uma nova, rara e grave complicação tem sido descrita envolvendo vacinas contra febre amarela de diferentes fabricantes e cepas. O quadro clínico se assemelha a febre amarela selvagem com início na primeira semana após a vacinação, de febre, astenia, icterícia, oligúria, instabilidade cardiovascular, hemorragia e necrose hepática (na autópsia). Já foram relatados 19 casos (11 óbitos) em vários países, sendo 7 (5 óbitos) no Brasil. Todos os casos ocorreram após a primeira dose da vacina. Em quatro dos óbitos ocorridos no Brasil os dados clínicos e anatomo-patológicos indicaram tratar-se de infecção pelo vírus vacinal. Como não houve alteração do genoma viral a conclusão foi de que a complicação resultou de susceptibilidade individual. As estimativas de risco aproximadas colocam como pior cenário a freqüência de 1 óbito para 450.000 doses aplicadas.



2.4.1. Notificação e investigação

Notificar imediatamente ao setor de vigilância epidemiológica do município e/ou do Estado, por telefone, fax e correio eletrônico. Investigar todos os casos suspeitos: indivíduos com pelo menos dois dos seguintes eventos clínicos, nos primeiros 15 dias após a vacinação contra febre amarela: febre, hipotensão ou choque, icterícia e/ou hemorragia. A Secretaria de Vigilância em Saúde deve ser prontamente notificada para providenciar coleta de sangue ou outros espécimes para análises laboratoriais especiais (ver protocolo de investigação, anexo 2).


2.4.2. Conduta

a) Trata-se de emergência médica a ser tratada em unidades de terapia intensiva.
b) A investigação clínica e laboratorial nesses casos é imperiosa e fundamental para elucidação do diagnóstico etiológico já que o quadro clínico tem múltiplas causas.
c) Há contra-indicação para doses subseqüentes.


2.5 Outros eventos adversos

Diversos eventos adversos associados temporalmente à vacinação têm sido relatados, muitos dos quais sem plausibilidade biológica, tais como, leucemia, esclerose múltipla e neurite óptica.

Quadro 1

EVENTOS ADVERSOS PÓS VACINA CONTRA A FEBRE AMARELA
EVENTO ADVERSO
DESCRIÇÃO TEMPO ENTRE VACINAÇÃO E EAPV FREQÜÊNCIA CONDUTA OBSERVAÇÃO
Dor, eritema, induração Dor leve, por 1-2 dias 1-2 dias ~4% Notificar abscessos, lesões extensas ou com limitação de movimentos, e casos não graves muito freqüentes; não contra-indica revacinação
Febre, mialgia e cefaléia Sintomas leves por 1-2 dias A partir do 3º dia <4%>